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Este blogue mudou-se. Está agora no facebook. Um dia voltará a viver no blogger, numa casa nova e moderna. Até lá, boas novelas!
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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Valentes Gargalhadas com Dancin Days


No episódio de hoje de Dancin'Days foi impossível não dar umas sentidas gargalhadas. As cenas nem são feitas só para rir, mas conseguem. Com aquele humor bonito, bem feito, ligeiro e circunstancial. Assim foi com algumas personagens: Cristóvão (Pedro Diogo), Ivo (Miguel Costa), Alberto (Igor Sampaio), Amélia (Catarina Avelar) e Áurea (Custódia Galego). 

Pedro Diogo (Cristóvão) já nos tinha divertido bastante com a sua personagem anterior em "Laços de Sangue", onde interpretava César, um empregado de café muito, mas muito chato e trapalhão, mulherengo, com opinião sobre todos os assuntos e ambições de ser um treinador de futebol melhor que Mourinho. Agora na novela Dancin'Days, ele interpreta "Cristóvão", um rapaz contido, que se diz virgem, é tímido e vive numa paixão platónica. Logo na primeira cena em que surge deu para perceber que não existia ali nenhum vestígio da personagem anterior. O que por vezes é difícil, dado que o actor que "empresta" o corpo à personagem é o mesmo. Mesmo quando as personagens encontram-se em extremos opostos, muitos actores carregam consigo alguns tiques, formas de comunicação gestual, maneirismos ou entoações que em certos momentos fazem lembrar outras personagens. Na minha opinião alguns actores nunca se livram deles, tornando as suas interpretações menores, quando deles já são "prisioneiros". Mas isso não aconteceu com Pedro Diogo. A sua transformação de uma personagem para a outra foi a que mais me impressionou, foi muito evidente logo na primeira aparição, e é delicioso.


No capítulo de hoje Cristóvão diz a Ivo que teve sexo com Sónia. Os dois sempre acharam Sónia uma rapariga sem interesse e muito oferecida pelo que Ivo, que é hipocondríaco, faz uma careta de nojo e   começa a falar das doenças que devem "habitar" Sónia e o «"Ahh"» de medo que Cristóvão faz é  suficiente para se soltar de mim uma longa gargalhada. 

A cena continuou mas cativou logo ali. Logo de seguida temos um pequeno detalhe numa cena mais dramática, em que Áurea (Custódia Galego) recusa-se a ir ao psiquiatra e o pai, farto da sua doença, grita-lhe e responde-lhe que já lhe tinha ocorrido interná-la como doida. Depois arrepende-se e diz que não devia ter dito aquilo, ao que a empregada o sossega respondendo-lhe que ele disse o que precisava ser dito. Mas como os dois, empregada e patrão andam sempre a discordar, Alberto (Igor Sampaio) diz algo deste género:
-"Mau. Se nós os dois estamos de acordo, então eu devo ter errado"  -  a expressividade e o timming são tudo e achei que isto teve um piadão.

Depois foi a vez de Aúrea (Custódia Galego) ir para a pista de dança esfregar-se em todo o rapaz bonito que lhe aparecer à frente. Estes dão meia volta e desaparecem, mas ela não desanima e o próximo que os seus olhos vêm é aquele que ataca. Chega-se e sem problemas começa a atirar-se a mais um. Este também foge e ela dirige-se a outro. Sem cerimónias ou embaraço, desvia-lhe a namorada do caminho e tenta forçá-lo a dançar com ela. A forma como todos estiveram em cena fez-me rir.


Gosto de humor assim. Gosto de todo o tipo de piada mas esta é a que mais aprecio. É um tipo de humor que faz-me lembrar o melhor das sitcoms dos anos 80, humor que não tem de vir revestido de sketch ou anuncia-se. 


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O machado da discórdia

Saiu na imprensa: vão existir cortes no elenco da novela "Louco Amor" e as DUAS (somente) personagens escolhidas para sair de trama são Custódia e Leonor (Isabel Medina e Suzana Borges). 

Nunca como nestas duas últimas semanas se viram tantas cenas com estas duas num só episódio de novela. E se "Filipe" (Tó Zé Martinho) repetir mais uma vez que "Leonor" corre perigo de vida devido à reportagem de Carlos acho que grito! Já percebemos que a coitada vai ter de morrer à força toda. Porém lá escreve o seu "caderninho de memórias", decerto será útil para comprometer alguém no futuro sem que a personagem precise estar presente. 

Se concordo com estas saídas, não sei, porque não se entende a NECESSIDADE para os cortes. O motivo. Se foi uma questão de contenção de despesas, então se calhar deveriam "cortar" mais cabeças. Se cortaram estas em particular devido a um ordenado mensal superior ao desejável, já que ambas contam com  uma carreira já reconhecida, não sei. Se é politiquices, também não sei... Nem interessa. Mas levanta a questão: se fossemos "cortar" personagens da novela "LOUCO AMOR", em quem é que nós, público, colocaríamos a machadada?


Louco Amor estreou na TVI bem antes de Dancin'Days estrear no mesmo horário na SIC. Mas quando digo «mesmo» horário estou a falar muito sério. Ao segundo de sério. Durante muito tempo a novela da SIC guiou-se pela emissão da da TVI para ditar a durabilidade da sua novela. A estratégia parece ter resultado e de momento já a abandonaram. Dancin'Days é agora a novela que começa um minuto depois da outra e termina também mais cedo. Agora talvez seja a TVI a colocar mais cedo a sua novela no ar e a tirá-la um pouco depois,  para ver se o público "perde" a outra. 

Na verdade, Dancin'Days tem um ritmo menos parado e embora Louco Amor tenha muito desenvolvimento, é mais estagnada e alguns núcleos não têm tanto interesse por viverem situações que já foram vistas da mesma forma "n" vezes. (PEX: para quê uns três ou cinco capítulos só para se falar de uma insignificante "serenata"??) 
Dancin é mais apelativa e ritmada. Em poucas semanas tivemos um casamento, um parto, uma traição, um retorno, um divórcio, outra traição, outro retorno, outra traição, um tiro, outra traição, mais outra traição de consanguinidade, uma doença, um desentendimento, outra traição  loool  :)


 Os "cortes" de elenco de Louco Amor podem dever-se ao momento em que "Dancin" ultrapassou a novela nas audiências. Mas pode uma «machadinha» alterar alguma coisa? Penso que não. Até porque as personagens que saem, embora de início não parecessem ir muito além, acabaram por ter algo para dar.

 Outras existem que pouca relevância têm ou se têm, bem que a podiam perder. Acho "Duarte" um banana, a coisa não está bem conseguida entre o que devia ser e o que é. Mas entendo que como personagem que namora com a principal vá ser precisa no núcleo. Na Brodway colocaria umas boas machadadas. Aquele elenco vai progredir para onde? De que interessa ver aquela relação sem  sabor de Ricky com a empregada de mesa/cantora? E convenhamos: os papéis que calham a Ruy de Carvalho são variações do mesmo... ele é sempre o avôzinho bonzinho que trabalha numa loja de comércio e mete-se na vida de todos, principalmente na das criancinhas. Também já se viu outras tantas vezes. Pelo mesmo critério, mais uma milionária para Simone de Oliveira... Pelo menos, ela lá varia entre ser um tanto "mázinha" ou "boazinha". Vá lá... Ruy de Carvalho é sempre o bonzinho, mas sempre do mesmo tipo.  


E por mais que adore ver a forma como a actriz que faz de "Patrícia" consegue levar aquela personagem, interrogo-me se alguma vez esta terá outra progressão além daquilo que começou a se revelar no início da novela. Sei que ela ainda tem de conseguir separar mais uma vez o casalinho ou fazer mal de alguma forma a eles ou a alguém próximo deles, mas ainda assim em termos de progresso, não sei se a personagem permite muitas variações, embora tenha a certeza que está tão bem entregue que assim vai parecer. 

Talvez também colocasse o machadinho em "Mafalda". Já perdeu o seu "Rui" e ficou de luto de forma pouco convincente, na verdade bem que podia ter «voado» daquela varanda abaixo junto com o seu «amado», colada no colarinho deste até se estatelar no chão. Isto se formos a levar em conta apenas as personagens que não têm muito interesse para a trama, ou nela não sobressaem por aí além, ainda que se desconheça a forma como o autor(es) pretende as relacionar.


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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Remakes a MAIS!

Como se já não bastassem "O Astro" e "Dancin Days", a SIC vai emitir o remake de "Gabriela", outra novela da Globo que fez sucesso nos anos 70.


Falo por mim mas não sinto grande apelo por esta "Gabriela" nem por remakes no geral. Não que não goste da ideia, porque gosto sempre desde que me mostrem um produto bem feito, convincente e cuja história me agarre, porque não basta "acenar" com um nome sonante de um sucesso passado para servir de atractivo. E a meu ver, o recurso aos "engarrafados" já começa a cansar. Três de uma vez?? O que mais prezo nisto de fazer novelas é a criatividade e quando se cruzam os braços e aceita-se copiar, bem ou mal, algo que já está estruturado num guião, tratam-se de facilistismos que podem prejudicar o resultado. Bem sei que tudo é "copiado", ou melhor, re-inventado vezes sem conta, mas existe uma diferença entre fazer a 199ª versão de "Romeu e Julieta" e fazer um "remake de..." e essa pode ser  o comprometer da componente artística, criativa, a visão. 

A busca pelas audiências junto com a suposta poupança devido à crise que não surgiu hoje, convém frisar, conduzem a produção noveleira por estes caminhos regressivos, tentando lhes dar um ar "fresco", mas, até agora, ainda não vi um remake de novela que conseguisse superar os encantos do original ou não falhar gravemente em certos temas. Não por lhes faltar conteúdo, história ou outros atractivos, mas porque os "encantos" não são fáceis de copiar. Aliás, nunca se copiam ou se reproduzem. E por isso tantas vezes um remake fica "aquém".  


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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Louco Amor - históriass


O episódio de hoje da novela da TVI "Louco Amor" teve como principal desenvolvimento a morte de "Rui", uma personagem que entrou na trama para ser "assassinado" por Tomás, que não gosta que este lhe tivesse tirado a namorada rica. Vai então e numa discussão o rival acaba estatelado no chão, após cair de um terceiro andar.

Acontece que na  manhã seguinte Berta informa Óscar, tio de Tomás, do falecimento do "namorado da Mafalda". Falam, falam e JAMAIS Óscar faz a pergunta óbvia: "Como é que isso aconteceu?"


Já reparei que nas novelas NUNCA fazem esta pergunta óbvia quando são informados da morte súbita de alguém. Ainda mais quando se trata de alguém jovem que ainda à instantes estava vivo e com saúde. Parece-me a pergunta óbvia mas Óscar fica apenas a saber que o rapaz morreu em frente à namorada Mafalda, e não pergunta como

Uma morte em consequência de uma queda de um terceiro andar não é propriamente o mesmo que morrer de causas naturais... Tem de existir investigação, autópsia ao corpo, medições no local, interrogatório da única testemunha... mas na novela, na manhã seguinte à morte que decorreu de noite, o corpo já tinha ido "para o Norte", para ser enterrado. Duvido muito que apenas umas meras 8h nocturnas, máximo, chegassem para tudo isso...


E já que escrevo sobre discrepâncias, há muito que estou para falar de Ricky e o seu vocabulário.
Supostamente deveria ter piada o facto da personagem trocar palavras por outras parecidas mas com significado muito diferente. Metem o jingle cómico, colocam as personagens ao redor a dar risadinhas, mas piada, não tem NENHUMA. Ainda por cima uma pessoa que não sabe falar correctamente a língua portuguesa por falta de melhor formação não costuma equivocar-se da forma com que Ricky se engana. Trocar palavras foneticamente parecidas não é o mesmo que as pronunciar mal. Ricky limita-se a trocar de significado e isso é exactamente o que não é habitual acontecer com quem se engana ao expressar-se em português.  Isotérico e Isotérmico assim como outros exemplos, não tem piada nenhuma, pois trata-se apenas do uso de palavras de fonética parecida, ao invés de se aproximar da realidade que é não conhecer bem as palavras e trocar algumas sílabas, normalmente as menos conhecidas, por outras, mas sem criar uma palavra já existente e com outro significado. No exemplo da palavra acima dada, "Isotémico", "Isotrémico" ou algo do género se aproximaria mais do real oral. Mas a troca de palavras por outras de significado diferente mas fonética parecida não tem qualquer sentido.

Outra coisa que não me convence pessoalmente é esta suposta falta de "cultura" e conhecimentos de Ricky. Simplesmente não convence, assim como não fico convencida que "Berta" é o seu oposto intelectual. Principalmente quando numa das cenas mais importantes para a personagem, logo no início da novela e após se perceber que esta passa a vida a corrigir "Ricky", quando o namorado ajoelha-se no meio da rua para a pedir em namoro, "Berta" responde-lhe:
-"Alevanta-te! Alevanta-te vá!".

Ora, heis o perfeito exemplo do que é falar mal! Não se trata de usar outra palavra parecida, mas de recorrer a um mau hábito linguístico comum. E "Berta", coitada, para mim perdeu logo tanta credibilidade ao mandar "Chico" alevantar-se!!

Outra discrepância que sempre ocorre nas novelas quando se dá uma morte por queda de um andar, é que o corpo parece que ganha asas e vai parar a metros de distância da parede do edifício. A verdade é que isso não acontece. Teriam de existir condições muito especiais, como uma altura brutal e uma velocidade enorme de vento. Estou a lembrar que infelizmente vimos isto acontecer aquando o incêndio nas Torres Gémeas em NY. Mas em televisão e cinema, deve ser por uma questão de ângulo e enquadramento que os corpos estão sempre a uma distância considerável do passeio. Para usar de precisão, todos eles vão parar à estrada.

E Margarida, para quem é suposto ser hiperactiva ao ponto de acordar de madrugada para fazer limpezas profundas, ir para a faculdade e depois trabalhar de noite até às 2h da manhã (deve dormir 3h por noite) é muito paradinha. "Carlinha", ao lado dela, lavava a louça com maior credibilidade no episódio que hoje foi para o ar.  Não é a  primeira vez que "Margarida" não convence nas coisas que faz, mas além disso também está a virar demasiado parva ao acabar o namoro sem questionar se Patrícia está a ser verdadeira e ainda por cima vai ter com ela para lhe contar que desiste do namorado e ao meter-se num bairro perigoso por não poder esperar 24h para se encontrar com um "tio" que nunca viu e que sabe ser criminoso e revoltado com a irmã, para assim que o vir abrir a boca para dizer: "Dá-me um rim!". Só se o indivíduo morrer de morte cerebral no decorrer da sua actividade criminosa e como a lei portuguesa desde de 1994 dita que somos todos DADORES de órgãos a menos que estejamos inscritos no RENNA (Registo de Não Dadores), é provável que lá consiga o rim. Mas é incrível como a personagem se chega perto de um parente de quem nunca antes quis saber e à porta de uma igreja simplesmente lhe diz: pode dar um rim?  -  como se fosse uma coisa banal. E depois de perceber que o indivíduo não podia doar nem uma gota de sangue, o interesse por esse parente que 20 anos antes fora abandonado por toda a família que nunca quis saber dele, desapareceu novamente. 

E toda a "campanha" na novela que visa a recolha de sangue para o Banco Nacional de Saúde, certamente irá desencadear que se desconfie do parentesco de Violeta e Margarida, ou melhor: de Carlos e Margarida. Se ambos tiverem sangue do raro, sobressaem dos restantes. Seja como for, Margarida, que estuda veterinária, poderá aqui ter a hipótese de descobrir por ela mesma que seria impossível ser filha e neta de quem julga. Nas novelas o tipo de sangue ajuda sempre, visto que alguém sempre tem o mais raro.

Apesar de tudo isto, Louco Amor é uma boa novela, mas ao contrário de Dancin Days, que por ironia é um remake, é mais fácil de adivinhar as histórias das personagens. Que "Berta" é rica e tem um pai empresário, isso já há muito que todos perceberam, assim como a ascendência de Margarida já está mais do que óbvia: ela é filha de Violeta com Carlos. Violeta deve ter engravidado na mesma altura em que Carlos estava casado e à espera de um filho. Esta é a parte que não ficou bem explicada: como é que eles passaram de casal para ex-casal ao ponto de Carlos a substituir por outro amor. Violeta sofreu muito e talvez até por sugestão da melhor amiga, que tinha a mãe na terra enquanto Violeta estava sozinha no mundo, aceitou que a criança passasse por filha de outra pessoa para que fosse criada longe da vida de acompanhantes de luxo que ambas levavam na cidade. Assim, Margarida pode receber uma educação normal, com transmissão de bons exemplos e valores. Foi um gesto altruísta de Violeta, que deu a filha para outra pessoa criar quando se fosse optar pela via prática teria abortado, coisa que não foi capaz de fazer sendo um filho de Carlos.

Carlos entretanto foi preso por matar a mulher, mas pelo que se percebe a irmã deste guarda um segredo sobre esse dia em que foi dado à esposa excesso de comprimidos para que não sofresse com a doença que a estava a matar. Cá para mim ambos os irmãos sabem que quem administrou os remédios foi Leonor. O primeiro admitiu o crime para poupar a irmã, o segundo ocultou o crime para penalizar o irmão. Visto que a personagem "Leonor" vai desaparecer da trama cometendo suicídio (transpirou esta semana numa revista), julgo que seria um bom desfecho, embora inicialmente as suspeitas recaíssem sobre Rafael e suas tramóias. Mas este também não pode ser responsável por todas as desgraças da novela, senão  não tinha graça só existir um vilão...

Entre tantos possíveis desfechos, a novela mantém o interesse e ainda os seus mistérios. Como e quando Chico vai perceber quem é Rafael? Como vai ficar a vida de Mafalda agora que é refém de Tomás? Correrá risco de vida após o casamento ou ficará protegida por Rafael e sua cautela com os bens? São tantos, tantos mais mistérios...



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domingo, 12 de agosto de 2012

Novelas da noite - Dancing

Dancin Days até este momento revelou três importantes pontos em que a história não tem a credibilidade que devia: Nunca que em 16 anos de vida ou em qualquer momento da história, Mariana se interroga sobre quem será seu pai. Só se fala da mãe, como se ela tivesse sido gerada pela actual técnica da inseminação artificial. Antes tivessem adaptado a história a esse extremo, pois como está não surge autêntico. Nem Mariana, nem qualquer outra personagem alguma vez se interroga sobre a identidade do PAI. Como se na vida real isso não fosse importante para uma criança. 

Outro momento mal conseguido é o retorno de Júlia após se ter casado com Hurbano. Rica, decide fazer uma aparição em grande no badalado clube nocturno do marido da irmã. É suposto este acto vir carregado de simbolismo, pois é o regresso de Júlia a uma das actividades mais prazerosas da sua juventude, antes de ter engravidado e ir para a cadeia: a dança. O retorno de Júlia é suposto arrebatar as atenções dos média e fazer todas as cabeças girar à sua passagem. É aqui que se ia poder observar o "retorno" da jovem que tinha existido ANTES da prisão, pois Júlia amava de dançar. Contudo, esta parte da história não é explorada devidamente logo no primeiro episódio. 
"Júlia" devia ter dançado como se estivesse a exorcizar os seus demónios do passado e como se nenhuma desgraça houvesse acontecido. Mas não vimos nada disso porque, logo no primeiro episódio, esse "amor" pela liberdade e expressividade da dança não foi transmitido. Talvez por não existir uma estilo de dança marcante, como aquando se escreveu a história original, época do Disco. Fizeram mal. "Júlia" devia ter um estilo de dança, onde se libertasse como nenhuma outra. Os elementos estão lá: o clube nocturno, Júlia dizendo-se uma apaixonada por dança... mas são meramente figurativos e não credíveis.

E finalmente, que PALHAÇADA foi aquela de Júlia aceitar o pedido de casamento de Hurbano? Os aparentes motivos que a levam a tomar essa decisão não fazem actualmente qualquer sentido. Nota-se mesmo aqui que se trata de uma história datada lá no passado. 
Mas alguma vez um homem como o Hurbano dizia logo "sim" ao um casamento de mentira, aceitando de imediato que a "noiva" fosse de lua-de-mel sozinha e não aparecer por 7 meses?? E a parvoíce da decisão de Júlia? Como explicar isso nos dias que correm? Com o homem que ama atrás dela quase todos os dias a pedir-lhe para que volte para ele, ela aceita antes casar com um total desconhecido? Se ainda tivesse passado muito tempo desde que "Duarte" tivesse se declarado, mas não... Duarte apaixonado, Júlia apaixonada, AMBOS livres, ele rico... Mas o que os impede, digam lá?? Faz algum sentido isto em pleno século XXI? E porquê? Para ter uma vida "confortável".... Não faz qualquer SENTIDO nos dias de hoje. Júlia teria ido ter com o seu amado Duarte e aceite o seu pedido de casamento e pronto: ia procurar a felicidade onde sabe que ela está, e não num desconhecido. Não faz qualquer sentido em pleno ano 2012... Assim como a forma como os seus amigos aceitam a sua decisão é totalmente absurda. A melhor amiga diz-lhe que não a vai julgar e que lhe dá apoio. Mas alguma vez uma pessoa experiente que está de fora e enxerga longe nos dias que correm permitiria que uma amiga fizesse tamanha burrice sem a tentar dissuadir?

Outra coisa bastante datada que não tem lógica nos dias de hoje é o DIVÓRCIO DE RAQUEL. Esta vai ter de aceitar os termos do ex-marido, porque este tirou umas fotografias dela a beijar outro homem. São prova de infedilidade... mas o que é isto? Desde quando é que fotografias de beijos hoje em dia chocam alguém, quando já tivemos na sala oval um presidente a ter relações sexuais com uma jovem que não a sua esposa, quando um realizador tem sexo com a filha adoptiva e larga a esposa para se casar com a ex-filha... No que é que umas fotografias de um beijo iria limitar uma pessoa como Raquel em lutar pelos seus direitos nas partilhas? Raquel arranjaria formas de combater Zé Maria, mais que não seja inventando-lhe amantes, ou assumindo o caso dizendo-se muito apaixonada, pois a sociedade é branda para com o amor verdadeiro e já não recrimina separações. Uma atitude destas só lhe traria mais credibilidade e força para lutar por um acordo de divórcio mais vantajoso. É tanta a hipocrisia que já conhecemos deste mundo, são tantos os escândalos sexuais envolvendo políticos, tanta imprensa cor-de-rosa... 
Sinceramente: a novela aqui está a guiar-se por padrões desactualizados. E é isso que limita uma história que parte de um remake. Pois por mais diferente e actual que seja ela tem de obedecer a desenvolvimentos fixos, fica presa, escravizada a "momentos-chave". E se estes forem datados no tempo por remeterem a padrões sociais/morais desactualizados, dificilmente se conseguirá reproduzir  com autenticidade para os dias de hoje. Nos tempos que correm, ao contrário dos anos 70, a INFIDELIDADE feminina já não é tão marcada com descriminação. A mulher não é mais posta de lado por todos, desde ricos a pobres, crianças a velhos. Estamos cada vez mais afastados da infame letra "A"  ESCARLATE... Por tudo isto é um ABSURDO Raquel aceitar um mau divórcio nos dias de hoje.

De resto a parte como contam o que acontece a muitos jovens casais que se vêm subitamente pais está a ser sublime. Adoro em particular aquela sogra da Mariana, mãe de Duarte e Guilherme, esposa... os filhos e o marido não têm desculpa, mas as fraquezas que revelam devem-se ao autoritarismo desta mulher que, embora bem intencionada, não consegue perceber que não dá espaço aos seus e todos precisam de espaço para florescer. E vive sozinha... mesmo sufocando todos à sua volta, ainda que se dedique a eles, isso também não lhe basta só que não é capaz de mudar isso. Vive num ciclo vicioso e a suspeito que a história tem muito que dar só por pegar nesta parte da relação sogra/nora.

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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Louco Amor X Dancin' Days - os rostos invisíveis por detrás das audiências

Muito a imprensa tem falado sobre a suposta "guerra" de audiências entre as principais novelas das estações privadas de televisão e quando Dancin' Days (SIC) supera as audiências da novela da TVI Louco Amor, vira notícia como se fosse algo inesperado.

Vamos lá ver:  São ambas boas novelas, com boas histórias, bons actores e autores. Mas se formos a espreitar profundamente pelo buraco da fechadura, quem está por detrás de cada uma? 


Os principais rostos por detrás de Dancin Days são estes: António Parente, Jorge Marecos Duarte, Guilherme Bokel. Todos GIGANTES no meio, profissionais experientes e responsáveis ao longo dos anos pela criação de grandes sucessos em televisão. António Parente é um empresário que ficou fortemente ligado à produtora  NBP, Jorge Marecos Duarte será para sempre recordado como o produtor que trouxe a standing sitcom para os ecrans de televisão e o programa de humor Os Malucos do Riso e Guilherme Bokel basta dizer que é o director internacional de produção da TV Globo, o gigante brasileiro que há mais de 40 anos domina o mercado das novelas.  

Por enquanto este trio está empenhado em trabalhar junto na criação de sucessos, podendo contar com os recursos uns dos outros para produzir em Portugal novelas para passar na SIC. De quem foi a ideia, não se sabe, mas a verdade é que a TV Globo está a tentar internacionalizar-se como produtora de conteúdos e estes são os primeiros passos. A SP Televisão apesar do sucesso mantém-se uma produtora independente, à semelhança de outras que trabalham no mercado português, como a Endemol ou a Fremantle, com a pequena-grande diferença que a SP é nacional e as mencionadas últimas produtoras são mega-estruturas internacionais, à semelhança da TV Globo. Outras produtoras nacionais que apostam nos produtos de ficção de longa duração foram adquiridas por estações de televisão, não produzindo mais de forma independente, como é o caso da NBP, agora propriedade da TVI mas mais conhecida pelo nome do aglomerado que acabou por gerar: PLURAL entertainment, se bem entendi o processo. 

Resta dizer que a SIC pertence ao grupo SGPS de Pinto Balsemão (Portugal) e a TVI é detida pelo grupo Media Capital (Espanha). 
Heis os "rostos" e os "donos" de cada qual, se se pode falar assim. São os rostos e mãos "invisíveis" por detrás dos sucessos televisivos e são quem detém o poder de decisão.

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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Como MATAR uma novela de SUCESSO ainda em vida

Sabem como é que se mata uma novela de sucesso ainda no ar? 
Faz-se aquilo que a TVI está a fazer a "Remédio Santo".

Estreada no mês de Maio de 2011 e finalizada sabe-se que há diversos meses, a novela vai para o ar às mijinhas, com poucas cenas, muitas repetidas do episódio anterior, ora emitidas hoje, ora  depois de amanhã, ora em horário regular ou não regular, desaparecendo para aparecer em seu lugar coisas como "Festa TVI" ou "Touradas TVI".  É uma desonra para com o produto, para com os artistas, para com o bom nível de audiências que a novela alcançou e manteve e claro, para connosco, o espectador.   


- MAS ESTA NOVELA nunca mais acaba??  -  sabem há quantos meses repito esta questão cá com os meus botões? O tempo passa e ela recusa-se a chegar ao fim. Outras tomam-lhe o lugar, estreiam outras na concorrência, têm sucesso e até terminam mas REMÉDIO SANTO não há meio de receber o golpe de misericórdia. 

Num tarda já não vou querer saber de ver o final.  Sinto pena de toda aquela gente que por ali está a fazer as suas personagens sem que haja paciência para continuar a ver toda aquela palhaçada. Eles não têm culpa, mas é que ninguém avisou o PÚBLICO que "Remédio Santo" ia ser uma DALLAS!


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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A importância de algumas personagens secundárias

"Hurbano" e "Alexandre", duas personagens secundárias na trama de "Dancin Days" são daquelas que merecem uma atenção particular. 

"Hurbano", nutricionista numa clínica, é um homem de meia-idade que fala pouco, não se sabe nada sobre a sua vida pessoal, seus gostos ou preferências e é tão introvertido que mal consegue saudar as pessoas com quem se cruza. E por isso os outros imaginam tudo e mais qualquer coisa sobre o seu temperamento e carácter, tendo até sido considerado suspeito de um crime. Até ao momento em que se declara perdido de amores, ninguém o suspeitava como um ser humano normal, tão emotivo que acaba por se conter para proteger as suas emoções. É sincero e não mente, mas mantêm uma inocência que o torna algo ingénuo para com o interesse do mulherio na sua pessoa.

"Alexandre" aparece pouco em cena, ele faz de arquitecto e é o patrão para o qual Inês farta-se de trabalhar. Ela é de dia, é horas extras, é em casa, é de noite, ela deixa de sair com o namorado e ter fins-de-semana livres para terminar um projecto a tempo e para o ver aprovado pelo cliente. Um dia o namorado surpreende-a com um pedido de casamento no local de trabalho e ela pede-lhe para se ir embora, constrangida com o conflito da situação. O patrão retoma o trabalho como se nada fosse e só então demonstra algum contentamento pela forma como Inês se livra do namorado de anos. Claro está, o noivado é rompido e o patrão começa a perguntar à estagiária se ela quer ir beber um copo com ele. Quando Inês diz claramente que não está à procura de nenhum relacionamento e só quer se dedicar à carreira, o patrão adopta uma postura fria e indiferente. Ela apresenta-lhe um projecto ao qual muito se dedicou, ele nem lhe põe os olhos em cima e diz-lhe que outro empregado o vai finalizar, já que o promoveu ao invés dela. 

Duas PEQUENAS personagens, muito que se lhes diga... 

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