Novidade

Este blogue mudou-se. Está agora no facebook. Um dia voltará a viver no blogger, numa casa nova e moderna. Até lá, boas novelas!
Para TODOS os fãs de telenovelas Brasileiras e Portuguesas espalhados pelo mundo.
Portuguese blog about Brasilian/Portuguese tv soaps for fans all over the world.

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quinta-feira, 27 de março de 2008

EM Exibição 04

Há muito se soube do falecimento do actor que fazia o Nezinho na novela "Desejo Proibído" mas em Portugal os fãs poderam continuar a vê-lo até o episódio de ontem. Subitamente D. Purezinha acompanhada do filho Argemiro vai até à paróquia onde o Padre Inácio pergunta pelo paradeiro do seu sacristão e, banhados em lágrimas verdadeiras, dizem que este sonhou com a mãe, ficou com saudades e por isso abandonou a cidade. E esta foi a desculpa que o argumentista achou por bem dar para o necessário desaparecimento da personagem.

A cena foi vivida a lágrimas verdadeiras, com os actores que fazem de Purezinha e Argemiro fora de personagem, a chorar de verdade pelo falecimento súbito do actor. Marcos Caruso porém, manteve-se diante da câmera como padre Inácio, sabe-se lá com que força para encorporar com profissionalismo a personagem e não a dor do momento. Talvez seja a maturidade de quem já viu muitos partir, por muitos já chorou e acredita verdadeiramente que quem partiu está num bom lugar. O tabu que é este tema da morte, passa a ser motivo de maior reflexão para aqueles que têm a maior parte do tempo para trás e menos para a frente.
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Nezinho partiu, como se para ir em viagem atrás da mãe não necessitasse de dinheiro para as despesas e assim, o colchão onde em segredo mantinha o seu dinheiro, é dado por sua indicação ao Padre Inácio, para ajudar os pobres. Sim de facto, para onde Nezinho foi, o dinheiro não faz falta. A cena termina com imagens anteriores do actor montado na sua mula.
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Se no início me interroguei porquê Murilo Rosa foi escalado para interpretar um jovem inexperiente no amor que é padre, agora compreendo melhor. De facto, pela idade, o actor não corresponde mais ao perfil de "Miguel" mas esse é somente o único pormenor. Porque de resto, nele vejo maior impetosidade e jovialidade que nos jovens que com ele compõem o trio: "Laura" e "Henrique". A isso se deve a "tarimba", a experiência que de resto se nota faltar aos outros dois. E por isso é que Murilo é uma boa escolha. Sem ele, aquele trio ficava mais insonso. Se por um lado a intérprete de "Laura" não me conquistou completamente, o intérprete de "Henrique" também não. Sei que a sua personagem se presta a ser interpretada com teatralismo e exagero, mas ainda assim não gosto de o ver. Falta ao actor a tal "tarimba", algo semelhante à demonstrada por José de Abreu que, ao interpretar um carácter semelhante, não deixa de ser em simultâneo convincente como obececado doente ou compreensivo e sensível.
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A linguagem corporal diante de uma câmera não ajuda os jovens intérpretes. "Henrique" devia ganhar um óscar especial, pelo exagero do movimento das sobrancelhas e do dedo em riste. Mas se o último gesto se adapta melhor à personagem, o primeiro podia diminuir em frequência. É que não consigo olhar para outro lado, sem ser para as sobrancelhas dançantes. Parece-me até que lhe encontrei uma característica invulgar: o actor consegue erguê-as de fora tão bem quanto de dentro. Já "Laurinha" sai prejudicada com o excesso de branco daqueles dentes. Outra característica para a qual não devia estar a centrar a minha atenção quando vejo a novela mas lá está: parece incadescente, fluorescente, uma coisa tão dominante que rouba a cena. Depois a actriz está ainda crua em muitas coisas e ultimamente o que me tem enervado é ouvir a sua respiração. A cada palavra pronunciada ou que vai pronunciar, até mesmo durante os silêncios, lá se escuta a respiração pela boca. Além disso, "Miguel" parece muito apaixonado por ela mas ela limita-se a olhar para ele como se estivesse apaixonada. É a tarimba.
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A elogiar tem-me faltado mencionar a cumplicidade que os actores de "Miguel" e "Escobar", muitas vezes regada com a participação do "Padre Inácio". É uma parte bonita de se ver. Parecem uns meninos traquinas!
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TERRA NOSTRA:
Não tenho estado em cima dos episódios diários mas pelo que vi, as personagens continuam a repetir as mesmas histórias vezes e vezes sem conta, diálogos desnecessários continuam a embalar a trama, os passeios por entre coches e portões de casas, corredores e páteos continuam, o comboio continua a ser uma cena para encher, assim como as de trasições da noite para o dia, com os emigrantes a acordar para a lavoura. Além disso, quando o armazém ficou sem dono, não houve nenhum italiano que se apresentasse com a ambição de ficar à frente da venda. Será que a ambição italiana é exclusiva para as duas personagens centrais, Mateu e o amigo, e mais ninguém que trabalha duro naquele cafezal ambiciona largar a enxada? Essa parte não convenceu.

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sexta-feira, 21 de março de 2008

Emigrantes: estereótipos e piadas

Altura da Páscoa, tempo de reflexão. Mesmo no que diz respeito a novelas!

Há uns tempos, enquanto pesquisava sobre “O quinto dos Infernos” deparei com um artigo brasileiro que abordava a forma como os emigrantes são retratados nas novelas brasileiras. Li coisas que me surpreenderam e teorias de opinião formadas não se sabe bem por quem. Só então pensei neste assunto, que estava totalmente ausente das minhas observações ao ver as novelas.

Como são os emigrantes retratados nas novelas brasileiras? Bom, que importa, não é mesmo? A menos que se inventem mentiras. Sei que o povo brasileiro há uns tempos pelo menos, tinha aquela imagem do português emigrante baixinho, com barriga, farto bigode, de avental branco atrás de um balcão de padaria a amassar a massa do pão e sinceramente, acho que é um estereotipo afectuoso. Que mal tem em mostrar um trabalhador? E as nossas raízes mostram isso mesmo: a existência de uma mão-de-obra emigrante trabalhadora, esforçada e que no Brasil se traduziu em algumas padarias num determinado período de tempo.
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Mas o artigo vai mais atrás e chega ao português colonizador. Fala de “ressentimento de conquistado” e aborda teses de preconceito. Compara a emigração italiana retratada nas novelas com as poucas personagens de portugueses que por lá apareceram.

Terra Nostra é uma novela actualmente em exibição em Portugal. Mostra emigrantes italianos no Brasil, logo após o fim da escravatura, que para lá foram “fazer a América” (enganaram-se e foram parar ao Brasil). São um povo unido, que não inveja os patrícios que sobem na vida, trabalhador, feliz e com uma gastronomia que a todos agrada. Penso que a história emociona qualquer um que a veja, seja qual for o país em que a novela seja exibida. O facto de serem italianos é só um facto, mas quantos e quantos emigrantes não têm essa mesma história? Porém, no Brasil naquela época, aquela população emigrou em grande número, fugindo de uma Itália que proporcionava uma vida de miséria, tal como sempre acontece com quem emigra.

Por falar em conquistadores e por estarmos na Páscoa, inundam as televisões portuguesas filmes alusivos à época. Filmes como “Quo-Vadis” e “Ben-Hur”. Neles recuamos ainda mais no tempo. Vamos aos anos antes de Cristo.

Os Italianos não foram o primeiro povo significante para a história das conquistas, mas foi um dos maiores. Conquistadores exímios, formaram o Império Romano e foram, por muito tempo, os “donos do Mundo”. Conduziram Cristo à cruz, perseguiram os cristãos e no entanto é em Itália que se localiza o berço da cristandade: O Vaticano. Um país dentro de um país. Uma força por si só, um país com uma máfia organizada. A este período da expansão romana devemos as influências que temos hoje em estradas, sistemas de esgotos e canalização – um legado aperfeiçoado pela civilização que foi tão amplamente aplicado nos locais de conquista do Império Romano. Por todo o mundo existem vestígios aqui ou ali, de pontes e outras ruínas romanas.

Sempre achei o povo português parecido com o italiano e vice-versa. Sem ter tido oportunidade de o ir constatar com os meus olhos. Porém, ambas as línguas derivam do latim, ambos os países são banhados pelo oceano, têm sol, uma cultura semelhante e uma boa e diversificada gastronomia. E se formos enveredar pelo tópico das conquistas, as semelhanças talvez sejam maiores. Afinal, noutra altura, também nós fomos os “donos do Mundo”. Conquistámos por mar, fizemos feitos por outros até então nunca alcançados e só depois de descoberto tudo o que havia para descobrir é que outros vieram e gradualmente se apropriaram das rotas comerciais e locais já conquistados. Também o mesmo sucedeu ao império Romano. É assim o ciclo da vida e da história da humanidade.
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Então, que diferenças há entre o povo emigrante italiano e o povo português? Algumas decerto, porque um indivíduo é diferente de outro e assim também é um povo. Mas as semelhanças são maiores. E no caso dos povos que emigram existe um denominador comum que em poucos casos quebra a regra. Seja de que parte do Globo Terrestre partir um emigrante, este parte com coragem, acreditando em si próprio e na sua capacidade de trabalho para conquistar uma vida melhor. O português talvez não partisse com a ideia de ir “fazer a América” (fazer fortuna), mas talvez somente com o desejo de juntar algum dinheiro para si e para enviar aos seus. Ou talvez não. Mas todos procuraram abandonar uma situação de miséria em busca de uma vida melhor. Munidos do seu espírito guerreiro, lutador, conquistador e empreendedor. Acredito que algures no ADN de um povo permanece sempre um espírito guerreiro.
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Embora o artigo se tenha centrado nestas duas emigrações, outros povos e culturas são também retratados nas novelas.
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Já aqui o disse e repito: a ficção mente. Distorce os factos e apresenta a verdade de modo a nos divertir e fazer sonhar, mais que para nos intruir. Estou a recordar a "febre" brasileira da dança do ventre, das roupas e das expressões muçulmanas serem moda aquando a novela O Clone. Cá está: o espectador é tão influenciável! Mas o que recordo sobre este assunto, e trago também à baila o povo cigano retratado na novela "Explode Coração", é que em ambos os casos os visados agradecem mas não deixam de afirmar que muito do que se mostra é distorcido da realidade, exagerado no luxo, na beleza e no glamour.
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Um pão insólito:

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domingo, 9 de março de 2008

Revisitar o Quinto

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Nova Moda?


A SIC colocou um novo símbolo fixo no ecrã durante a exibição de uma das novelas da tv Globo. O logótipo dessa novela! Vejam só a redundância: temos o aviso do que está no ar, aqui na imagem no canto esquerdo ao centro (3). Mas caso o espectador mesmo assim não saiba o que vê, no canto superior direito (2) lá está o novo elemento poluente: o logótipo da novela em exibição.

Costumo tapar os símbolos dos canais com o logótipo dos programas quando se tratam de vídeos-amostra para colocar no Youtube e sites semelhantes de partilha. Com esta "nova" moda, pouco original, num tarda nada, o ecrã da televisão vai ser como os vidros das janelas dos anos 80: autocolantes por todo o lado!

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sexta-feira, 7 de março de 2008

EM EXIBIÇÃO 03

Actualizações esporádicas das novelas em exibição em Portugal

Desde a última actualização, Terra Nostra sofreu mais uma mudança na trama. Mateu sai da fazenda e vai viver com Juliana. As razões para a personagem tomar esta atitude neste instante não me convenceram. Se era para abandonar a esposa e o filho, que o tivesse feito antes de ver o bebé e se afeiçoar a este. Mas fê-lo agora, numa altura em que Rosana, a esposa, não lhe estava a infernizar a vida e meses depois de saber que tinham mentido a Juliana a respeito do filho deles os dois. Se Mateu tivesse abandonado tudo no instante em que soube que a sua amada estava a ser enganada, compreendia. Mas neste momento da trama, após sentir um filho nos braços e não viver problemas de maior, a saída de Mateu da fazenda não convence. Ainda mais por o reencontro com Juliana não ter sido tão arrebatador como podia prometer. No ar fica a sensação que a união será de pouca dura. Além disso, Juliana está novamente grávida e de Marco António. Nem mesmo o amor de Mateu seria suficiente para esse choque. Terra Nostra vinha a irritar-me nas últimas semanas pelo excesso de cenas supérfluas. São bonitas, pois claro, mas quantas vezes é preciso ver os emigrantes a acordar para a lavoura? Mas nem são estas as cenas a que me referia. Refiro-me ás entradas e saídas das casas, aos passos pelos corredores, pelas divisões, pelo espaço, que nenhuma personagem dá, sem que a câmera vá atrás. Só não as seguem para a casa-de-banho quando têm de fazer as suas necessidades! São quase 20 cenas por episódio a ver o pátio e átrio da casa de Guamercino a ser atravessado, para lá, depois para cá. O mesmo se passa na casa dos Maleano. O coche vem da rua, as personagens passam pelo portão, atravessam o jardim, depois chegam à entrada e a trama se estende assim, só com as personagens a andar de um lado para o outro, em pátios, jardins e corredores. Outro exemplo de cenas excessivas é as de comboio. Quando uma personagem vai a algum lado, não só tem que atravessar os pátios, átrios e jardins mais uma vez, como tem de ir para lá de comboio e depois para cá de comboio. Sem diálogo, sempre a ir e vir, e assim se preenchem vários minutos de história.
No Brasil a reexibição desta novela foi um fracasso. A TV Globo viu-se forçada a compactar as cenas, chegando a colocar 9 capítulos em um. Convenhamos que há novelas que não se prestam a isso mas decerto, esta não é uma delas.

DESEJO PROIBIDO
O mistério em torno do segredo de Viriato depressa foi desvendado. Em parte, porque o autor levanta sempre o véu, mas só deixa a descoberto parte dos mistérios… ao que parece, o prefeito Viriato é pai de um menino com trissomia 21, que esconde num local longínquo e isolado. Mas não por vergonha, porque ele parece adorar mais aquele filho que as filhas juntas. Se ele é o pai, quem é a mãe? Ora, a Cândida é a candidata mais provável. Os dois eram amantes e quiçá estava ali o resultado. Não dá para perceber que idade tem o rapaz mas sendo muito novo, não se pode exagerar atribuindo a Cândida uma proeza que a idade já não lhe permite. Contudo, acredito que existe no seu percurso de vida, uma história semelhante. Quando Henrique sofre o acidente, ela vai à gruta e, ao receber consolo nos braços de Viriato, pergunta porque não lhe deixam ter um rapaz normal, dando a entender que no seu passado existe uma história de deficiência com descendentes. Será que André, o filho de Viriato, é mesmo filho de Cândida mas esta desconhece que sobreviveu? Mistééérios…. Que o autor vai desvendando e mantendo.
O colchão de Nezinho foi a vítima do episódio de hoje. A sua própria mula começou a comer a palha do interior, colocando assim as suas economias em risco. Um religioso vem pedir o colchão velho para dormir na gruta e ao que tudo indica, as suas preces por dinheiro vão ser ouvidas! Não vai cair dinheiro do céu, mas do colchão! E Nezinho? Será que a trama já chegou ao momento em que o actor faleceu? Será que este vai desaparecer de Passaperto atrás do seu dinheiro ou morre de desespero? Como irá a personagem sair do ar, agora que o actor foi actuar para outras bandas?

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sábado, 1 de março de 2008

Quinto: afinal, quem diz mal?

Afinal, Quem diz mal?


Tanto tempo passou mas continua controverso, o diz-que-disse sobre a série o Quinto dos Infernos. Afinal, quem diz mal? Se o povo de lá gosta e o povo de cá também, a série desgostou a quem?


Uma coisa é certa: antes de estrear em Portugal, a série foi ganhando contornos de escândalo e o seu fracasso foi gradualmente divulgado e reforçado. Foi com muito receio que, finalmente, a Sic colocou a série no ar. É portanto certo dizer, que antes da sua estreia por aqui, a série já tinha como “herança” a crítica depreciativa. Sobe esse jugo fez a sua estreia e creio que não foi recebida com a hostilidade esperada. Já o disse: o português riu. Gostou da comédia.


Historiadores. Tanto Brasileiros como Portugueses. Parece terem sido estes a gerar a onda de protestos. E fizeram muito bem. Já o disse: se fosse historiadora também não ia gostar, Aliás, ia ficar em cólera.

Mas tenho cá para mim que não foram os únicos. Creio que a própria comunidade artística brasileira caiu em cima. Se existiu sabotagem, isso não me causaria espanto.

Porém, estão a levar o assunto demasiado a sério. Volto a repetir: em ficção tudo é mentira. De real só se aproveitam os nomes. Se fosse historiadora, viveria em sofrimento com a televisão e o cinema, de tantas mentiras que impingem ao público. Não esperem rigor histórico da ficção. Mas distorção.

A televisão é um produto para o povo, essa “massa” incógnita de muitos. O povo não é culto em todas as matérias. Suponho até que, a sua própria história é aquela que desconhece melhor. Este desconhecimento facilita o riso mas também facilita o perigo das interpretações lineares.

Então, de vez em vez, as vozes mais entendidas nos assuntos unem-se em protesto. E fazem bem. Mas é uma luta inglória, pois nunca ninguém conseguiu colocar “nos eixos” a ficção.

Exemplos disso são os filmes de Hollywood. Fascinam-nos há décadas com os seus retratos de figuras históricas. Histórias como: “Sissi, a princesa da Aústria”, “Anastácia” e “Ana e o Rei” resultaram em filmes lindos, mas mentem. Porque é assim que funciona a ficção.

Cabe ao espectador criar consciência desta realidade. Até mesmo por uma questão de defesa pessoal. Para não ser mais um que se deixa manipular. Porque muitas vezes é a ficção que nos apresenta em primeiro lugar realidades que desconhecíamos ou influencia o que mal se conhecia. E no caso das novelas, são meses e meses de injecções diárias.

As histórias servem mais para nos distrair, que para nos formar. É assim que funciona. E é por isso que gostei do “Quinto dos Infernos”. Ri muito com a comédia caricata. Apreciei o talento dos artistas. A parte verdadeira da história? Nem prestei atenção. Havia uma? É comédia escancarada.

Mas pode ser perigoso, não o saber…




PS: próximo tópico: Revisitar o Quinto.

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