Estreou na SIC faz pouco tempo esta que é outra novela remake da Globo. Estrelada por vários actores conhecidos, "O Astro" é agradável de ver. Pelo que li, no Brasil não foi lá muito bem recebida mas também desconheço as expectativas geradas em torno da mesma ou o horário em que vai para o ar.
Sem ter sido muito publicitada, como já há muito acontece, a novela da Globo estreou para o horário das 22.30, logo após a «portuguesa» "Dancin´Days", que também tem o dedo da Globo. Com uma linguagem que, de algum modo, é mais acessível para o povo português que outras novelas brasileiras mais recentes, é bom voltar a ver o talento de actores como Regina Duarte, que faz de esposa de Daniel Filho, Rosamaria Murtinho e muitos outros bem estabelecidos actores, desde os mais novos aos veteranos.
No episódio de estreia achei que certos factos não foram bem explicados. Viu-se Herculano (Rodrigo Lombardi) correr de uma multidão enraivecida sem se perceber muito bem qual a real contribuição de Neco (Humberto Martins) para esse desfecho trágico que, inclusive, o leva a anos na prisão. A mudança que este sofre enquanto enclausurado e a aprendizagem que supostamente adquire, não é bem explorada e Francisco Cuoco aparece mesmo só para dar um ar de sua graça, já que foi ele que interpretou o protagonista na versão de 77. De resto, todas as cenas de magia estão ali a encher, sem terem realmente um protagonismo que por si só seria capaz de prender o interesse do público. Outra situação que não ficou bem clara para mim, é entender os problemas na relação de Márcio (Thiago Fragoso) com o pai (Daniel Filho) e as queixas de Clô (Regina Duarte) sobre o marido. Ele não parece nem metade do homem mau com que é descrito.
Outra coisa menos boa da novela é a total falta de CUMPLICIDADE entre o casal romântico Carolina Ferraz e Rodrigo Lombardi. Qual atracção fatal e paixão avassaladora qual quê! Nada. Absolutamente nada. E nem bem representado está. Quando aqueles dois se juntam, não é credível que exista qualquer atracção. E as cenas de sexo selvagem? Orquestradas para a câmara, um tédio para o espectador, uma anedota. Um estilo que já me faz rir e depois mudar de canal. Estes dois como casal não têm nenhuma química juntos.
E depois existe ainda outro fenómeno difícil de relegar para segundo plano quando se assiste a esta novela: as plásticas. As intervenções nos rostos dos protagonistas quase são protagonistas por si próprias. Não falo só de Regina Duarte que, para mim fez tudo bem feito, pois mantém alguma credibilidade, com as sobrancelhas a mexer para cima e para baixo e as expressões dos músculos da face preservadas. As intervenções estéticas observam-se em qualquer rosto ali, feminino ou masculino, desde os muito veteranos aos mais jovens como o de Fernanda Rodrigues (para quem não se lembra fez o papel de filha caçula de Reginaldo Faria na novela Vamp) ou o da já não tão jovem Carolina Ferraz (Amanda), cuja testa é totalmente inexpressiva, pois ali não brota nem um esboço de uma ruga, por mais que a personagem sofra e chore.
Embora adore admirar a beleza etérea de
Selma Egrey (mãe de Alinne Morais na novela), a verdade é que
todos e todas parecem ter escorregado algures e caído num frasco de fermol. Uns ficaram mais bem preservados, outros não.
Poucas excepções têm a coragem de deixar ficar algumas das rugas...
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