DISSECANDO PANTANAL
Foi com um tópico sobre a novela Pantanal que decidi estrear este blogue, mas ainda não dissequei a obra. Então cá vai:
José Leôncio, ao envelhe
Madeleine é uma personagem cujas acções são muito criticadas na novela. Mas se formos a ver, a pobre teve razão. Claro, gostamos mais de Leôncio e queremos que a razão esteja com ele. Mas quem gostaria de ser recém casada, ir para um lugar desconhecido, isolado da civilização, não ter ninguém mais instruído com quem conversar, não ter o marido a seu lado durante meses, longe dos pais, amigos e a vida que sempre conheceu, e ainda por cima ter o filho fora de um hospital, ajudada por uma governanta, sozinha? E ainda viu o bebé a ser-lhe tirado dos braços para ir cavalgar nos braços do pai, quando este mal tinha saído dentro dela! E depois, continua sozinha e Leôncio decido baptizar o filho com o nome do avô, sabendo que ela não concordava. Ele simplesmente foi fazendo o que queria, achando que ela acabava por aceitar. Aceitar a ida para visitar os pais ao Rio de Janeiro, que nunca surgiu, aceitar as longas ausências do marido, aceitar a solidão. Ora, isto é subjugar o espírito de alguém. O que nunca resulta numa relação. Madeleine não era um boi marruá! Acho que o autor castigou muito esta personagem pelo acto corajoso que tomou de se ir embora com o filho. Castigou-a de mais por ter abandonado Leôncio. Claro que tudo podia ter sido feito de forma diferente mas e daí, talvez não. É preciso ver que Madeleine era uma menina, imatura e acima de tudo, sem experiência de vida. É claro que ela sonhava com a ida do seu príncipe encantado, que a seguia para a arrebatar novamente, pedindo perdão e jurando-lhe maior dedicação. Coisa que Leôncio não estava disposto a fazer. O autor castigou-a fazendo dela uma perua, eternamente frustrada sexualmente deste que abandonou o marido. É muito severo. Acho também que a personagem ficou a perder com ambas as actrizes que lhe deram vida. Não só a inexperiente Ingra Liberato não soube defender a sua personagem muito bem, como a Ítala Nandi transformou a Madeleine numa criatura vazia e antipática, de voz e gestos irritantes. E não se sabendo bem porquê, a personagem sai da história morrendo quando regressava ao Pantanal. O que não fez muito sentido e, mais uma vez, foi de uma severidade extrema!
Depois temos o filho de ambos em adulto. Jove relaciona-se de forma muito diferente da do pai com as mulheres, mas tem o mesmo sucesso. Vive na cidade, já fez de tudo um pouco, mas sente-se vazio e algo o perturba. Claro, é o facto de nunca ter conhecido o pai. Relaciona-se melhor com a tia Irma, que também é severamente castigada pelo autor ao ficar apaixonada por Leôncio e não se interessar por mais ninguém. Jove acaba por contar com a sua cumplicidade e parte para o Pantanal. Aí rapidamente o julgam pela aparência. Surge com uma camisa larga e estampada, com modos educados e uma forma de estar que denuncia o facto de ter sido criado por três mulheres. Todos os homens se riem e lhe lançam olhares de gozação. Até o pai fica profundamente decepcionado, julgando ele que ia receber um filho adulto e peão. Na verdade, todos acham que Jove é homossexual. Só que este homossexual mal chega ao P
Filó é outra personagem que me agrada muito, mas só após envelhecer. A Filó mai
Também achei um tanto forçada a mudança de Jove para pantaneiro. De início está tudo natural mas aos poucos, a mudança é brusca demais. Parece-me que algo na personalidade da personagem está a ser roubado. Contudo e no geral, adoro esta novela. Não lhe encontro muitas mais falhas de importância para mencionar. A história de amor entre estas duas personagens está muito bem feita e gosto ainda mais dela, por se assemelhar à realidade. Juma e Jove gostam um do outro, mas não vivem um conto de cinderela. Chegam até a separar-se devido à intervenção de uma terceira pessoa. Humm… muito semelhante à vida real, não?
Por fim, outra crítica que faço à história, diz respeito à personagem de José Lucas. De início entra bem mas depois, anda ali uns capítulos sem rumo, a tomar umas atitudes pouco credíveis. Para quem quer ser peão acima de tudo e acaba por sê-lo, ter virado político é cá um esticão! Principalmente porque inicialmente é um homem simples, desinformado e desinteressado por política. Surge de repente o interesse, só para ele ter o que conversar com a personagem Irma. A sua história dá muitas voltas: José Lucas interessa-se por Juma e chega a viver com ela, mas também antes disso surge uma jornalista de nariz empinado, vinda do nada, só para se envolver com ele e o retirar por uns tempos da trama. Por sua vez, Irma também não é uma personagem feliz. Eterna apaixonada pelo cunhado, de repente deixa-se seduzir pelos encantos de Trindade, o peão cantor, mas a forma como este sai da história só para dar lugar a José Lucas é um tanto forçada.
Em Pantanal vêm-se já referências a futuras obras do autor Benedito Ruy Barbosa: O “Rei do Gado”, que é como Leôncio é chamado e o “pacto com o Belzebu”, aqui feito por Trindade e mais tarde aproveitado para a personagem “José Inocêncio”, o coronel “Rei do Gado”. As semelhanças não são casualidade.
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ola, Novelomania, pois é assim que vou te chamar enquanto nao sei seu nome!
pode ter certeza que estou acompanhando os seus videos e agora que estou entendendo bem melhor a historia de Pantanal.
e mais um pedido, se vc tiver a cena em carolina ferraz e regina duarte brigam num posto de gasolina ficarei muito grato!
e colocando no you tube fica bem mais facil!
e muito obrigado por visitar meu blog!
Ass: Junior
Olá Júnior. Você pediu-me uma vez cenas com a Carolina Ferraz. Encontrei um link postado há uma semana, dela nesta novela: http://br.youtube.com/watch?v=dnhi-F6BCic. A outra cena que você fala só pode ser da novela História de Amor, onde as duas eram rivais, certo? Acho q não tenho. Continue a visitar este blogue. Obrigado pela contribuição e continue, que é para isso que ele serve!
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