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segunda-feira, 14 de abril de 2025

Revi ROQUE SANTEIRO: Impressões

 Esta novela é uma das melhores - se não a MELHOR produzida pela rede Globo. Difícil dizer que esta, ou "aquela" é a melhor, porque na década de 80 virada para 90 existiram muito boas novelas. 

O que Roque Santeiro tem de especial é uma sabedoria requintada de saber fazer uma história para televisão. Cada plano escolhido para contar uma emoção, a dinâmica das personagens, os atores, a mestria do texto - que adoro por dizer TUDO sem pronunciar uma única palavra. A sua sonoplastia é uma lição para quem quiser fazer uma obra de sucesso dentro deste meio que é a televisão. Se quiserem entender o papel importante da sonoplastia, têm em Roque Santeiro O "PROFESSOR". 

A novela tem mais de 200 capítulos. Que se vêm todos sem esforço. Aliás, chega-se ao final percebendo que, se o autor quisesse, a história podia ter dado mais uns 50, 100 capítulos, que o povo não ia se aborrecer. 

A obra tem base numa peça teatral escrita 20 anos antes por DIAS GOMES. "Berço do Herói" era o nome e o ano foi 1965. Com a censura que o Brasil enfrentava em 1975, não foi possível fazer dela uma novela. Isso só veio a acontecer no ano em que a novela foi gravada: 1985. Uma década a acrescentar a outra década de existência, só serviu para melhorar o texto. Tal e qual como um bom vinho, foi preciso ficar engavetada a ganhar corpo para ficar DELICIOSA. 


Sabe-se que Dias Gomes parou de escrever a novela lá para o capítulo 51, ficando no seu lugar Aguinaldo Silva. Segundo este, Dias estava apaixonado, a viver um intenso amor e seguiu essa pessoa para o estrangeiro. Ao regressar percebeu que a novela era um mega-sucesso de audiência e que o povo todo falava nela mas... diziam que era da autoria de Aguinaldo Silva. Este estava a receber todos os "louros" por um "filho de criação", 100% fruto da imaginação de Dias Gomes e não tão recente assim: aquelas personagens tinham sido criadas 20 anos antes. Entendo perfeitamente a sensação de apropriação que o autor poderá ter sentido, ao ouvir o povo elogiar Aguinaldo por os entreter tanto com a história daquelas personagens- história que ajudou a manter viva por mais de 100 capítulos, mas da qual não foi o "pai". Foi um "padastro" - apareceu quando foi preciso. Este caso é hoje bem conhecido porque os dois autores ficaram de mal um com o outro. Um por ter visto a sua criação atribuida a outro e o outro por ter ajudado e depois ter sido afastado. 


 Ao rever a novela percebi que existe um momento claro no guião em que a história é precipitada para o seu final. E alguns aspectos saem prejudicados. 


 Quando a sogra de "sinhozinho" aparece na sacristia da igreja para falar que era ela a mulher por quem o padre Hipólito se apaixonou na juventude - toda essa cena, no fundo, foi escusada. Já estava subentendido desde o momento em que a avó de "Tânia" demonstrou suspeitar da atracção da neta pelo outro padre na história: Albano. Estava ainda mais subtilmente entendido nas poucas vezes em que Hipólito se encontrava com D. e logo se apressava a não trocar longas palavras e a "fugir". 


Lamentei que, na pressa de terminar a trama, esta parte das pessoas maduras que já passaram por aquilo e saberem tão bem o que significa não tenha sido mais desenvolvida em momentos oportunos, para ajudar os jovens que estavam a passar por aquilo naquele instante. A sabedoria e a importância de revelar aos mais novos que também existem histórias de amor nos que aparentemente são frios e nunca amaram é muito importante para criar personagens que não são lineares ou planas. 


A pior gaffe nesta praticamente perfeita novela, é que a motivação de Roque - o verdadeiro e vivo Roque Santeiro, em permanecer na cidade e terminar com o mito, mantida com muita teimosia durante a trama inteira, desapareceu subitamente e este tenha decido deixar a cidade. Sem revelar quem é, sem ver os responsáveis por tantos crimes serem penalizados. Não dá para acreditar. Não bate certo com a personagem que conhecemos. 


Os "bandidos" saem todos no lucro. Mesmo o que morre - coitado. O Zé "das Medalhas" é bem castigado por ter sido um machista de um marido, um marido à "moda antiga", fruto de uma educação que se quer acreditar ter ficado lá atrás, perdida no tempo. Mas não era culpa dele. E tem momentos em que Armando Bógus - o ator que lhe deu vida, consegue perfeitamente transmitir essa autenticidade da personagem - principalmente nas cenas conjugais. Ele AMA a mulher só que ele é um homem que só sabe amar do jeito dele: machista. Com conceitos totalmente machistas, em que a mulher fica relegada apenas ao papel de educadora dos filhos e amante dona de casa. A mulher não pode sequer olhar, sorrir ou cumprimentar outro homem. Se percebido, mais tarde, em casa, provavelmente vai sofrer e levar uma tareia, para "aprender" a se comportar como uma boa esposa deve se comportar. Uma parte importante da trama deste casal é revelada quase no fim, quando Lulu, a esposa diz a Zé que ele deixou de a querer quando percebeu que "ela gostava". E ele simplesmente confirma, afirmando que "mulheres de bem" não sentem "essas coisas". 


E por um motivo tão besta destes... o casamento deles não deu certo e foi um tormento. Tanto para o subjugado e sofrido, quanto para o carrasco. 

Muito boa esta trama!

Tenho mais para falar sobre a mesma mas por agora fico por aqui, concluindo que devia ser OBRIGATORIO que os atores que ainda estão vivos e a dar cartas por aí - E ELES AINDA SÃO MUITOS - deviam regressar a estes papéis num especial televisivo, só para nos brindarem com o "40 anos depois"... 


Queria ver um Sinhozinho Malta e uma Porcina da Silva juntos 40 anos depois. Velhiiiiinhos... Lima Duarte e Regina Duarte aí, vivinhos, na ativa... que tal armarem um short-story para os dois?


Tem ainda a Cássia Kiss (recuso-me a tirar-lhe o segundo S, foi assim que aprendi o seu nome e é assim que surge na abertura desta e muitas outras novelas) que podia mostrar uma grande transformação da sua "Lulu". Tem ainda o seu "Flô", o grande Ary Fontora e sua filha Mocinha (Lucinha Lins), que terminou a novela como começou: a optar ser a eterna apaixonada do mito, vivendo num amor platónico perfeito entre uma pessoa viva e outra morta. Amores destes nunca trazem conflitos ou discussões. A realidade é bem diferente e foi isso que Mocinha comprovou e não soube lidar. 


Portanto, entre muitos outros atores, temos ainda personagens centrais e vitais na trama que podiam voltar a ser encarnadas pelos seus atores originais. Não fazerem isto com obras icónicas da teledramaturgia noveleira é.. um "crime". E uma oportunidade perdida para vermos seus atores a voltar com deleite, respeito, amor pela personagem e pelo público a representá-las novamente. 


É que seria muito especial, para todos os envolvidos. 

AO INVÉS DE INVESTIREM no remake de Vale Tudo para celebrar o seu aniversário, deviam homenagear suas obras em retrospetiva e trazer os atores que mais marcaram essa história, para reprisarem seus papéis. Seria um estouro de audiência! 

segunda-feira, 3 de março de 2025

O que está ruim em "Mania de Você"

São os FACILITISMOS no enredo que arruínam a novela "Mania de Você".

Muito criticada negativamente nos media, afinal de contas, quais são os desacertos e acertos desta trama de João Emanuel Carneiro?

Na minha opinião, o problema maior são os FACILITISMOS irrealistas do texto. 

Temos duas pessoas extremamente inteligentes - Mavi e Mércia - que conseguem se suplantar em esquemas. Fogem de serem acusados de crimes e quando um pensa que pode pegar o outro, o outro dá a volta por cima. Mércia é tão esperta que usa um celular descartável para cada contato que faz com o seu parceiro misterioso. É vê-la usar e deitar fora o celular ora para dentro do mar, ora para fora do carro, ora no chão. Mas quando chega a parte final da trama onde é que os "mocinhos" vão encontrar a pista que vai desvendar todo o segredo?

No caixote de lixo de Mércia. Tão inteligente esta se tem mostrado e agora convenientemente vai deixar a pista mais vital de todas no caixote de lixo do quarto lá de casa: um endereço na suiça! Sabendo ela tão bem que todos desconfiam dela e nada ali é seguro. 

É inverosímel, não bate com a personalidade da personagem. Para começar, porque haveria Mércia de escrever numa folha de papel o endereço do seu comparsa, o fake Julius Werner? E para quê rasgá-lo? Convenientemente para a história se finalizar, esse pedaço de papel rasgado em duas partes é colocado no cestinho de lixo lá de casa. Esta turminha - Mércia, Mavi e Luma - está mais que habituada á prática de espionagem de alto nível.  Mantém um escritório de cameras de vigilância, drones, microfones, cameras, GPS, são hackers... conseguindo espionar todas as casas ao redor e rastrear pessoas a conduzir um veículo através de cameras de rua. Os comportamentos de eliminação de rastro que advém de tal vivência já lhes são naturais. Jamais ela ia deixar um DOCUMENDO a dar "sopa". Menos ainda localizado no "ninho de cobras" que é a sua casa. E vai ser um papelinho no caixote??? Mércia, que já tinha sido localizada pelo menos DUAS vezes devido a meterem um rasteador na sua bolsa...  ia mesmo deixar uma pista FULCRAL no quarto, a dar bandeira. 

Claro que não tem qualquer credibilidade. Isso e depois, quando vão ao endereço, convenientemente os deixarem entrar na sala e aparecer porta retratos com o rosto de Molina. 

Outras inverosimilhanças relacionadas com Mércia é, por exemplo, o seu comportamento durante o casamento com Voney (Paulo Rocha). 


Mércia sempre soube que o objectivo do amante era sacar-lhe informações sobre Mavi. E vimos, muitas vezes, durante uma refeição, o gajo a tentar fazer isso mesmo. De forma muito inteligente e indireta, Volney estava sempre a tentar que Mércia deixasse escapar algo, ou fizesse um comentário. Nunca resultou. Até que chegou o momento no guião em que o moço tinha de se encrencar então, subitamente, Mércia começa a alimentá-lo de informação sobre Mavi. E não foi de propósito. Foi mesmo ela que, subitamente mas mais por conveniência no script "virou" burra e desleixada. 

Tal deslize não faria parte da personalidade de Mércia. Se em um ano de casamento ela não cometeu nenhuma gafe, não ia ser naquele instante. Ainda mais, deixa-se seguir por este. Por estes exemplos - e são muitos, a credibilidade que o público quer sentir da trama simplesmente não se sustenta. 

MORTES 

Coitada da família Caiçara. Morre todinha nesta trama. Os "bonzinhos" foram todos parar sete palmos abaixo de terra. Uma família inteira de três: Tia e dois sobrinhos, não sobrou nenhum para permanecer na história. 



O mocinho, o par romântico da heroína, morre assassinado. 

A mocinha, que também se julgou morta após a queda do helicóptero onde seguia, afinal estava viva e em plena saúde. Mas devo dizer que, pessoalmente, quando a sua personagem se ausentou da trama, não fez FALTA ALGUMA. 


MAIS CRÍTICAS

Uma das críticas mais mencionadas é a falta de presença, carisma e até de talento da mocinha. Tenho de concordar. Simplesmente não cola. Se o objetivo era manter no papel principal uma pessoa de cor negra - porque o politicamente correto hoje assim obriga a esta coisa que soa a algo peçonhento, feio, errado...  existem MUITAS BOAS ATRIZES que poderiam ter agarrado esse papel e tê-lo feito prosperar. Mas creio que não foi o caso da pessoa que acabou levando o papel. Me desculpem mas se tirarem esta personagem da novela, não ia sentir a menor falta. Mesmo sendo protagonista. NADA. 

Também inverosímil é toda a forma como as restantes personagens se relacionam com a mocinha. Parece que no guião, esta deveria ser dotada de "super poderes de magnetismo pessoal" - pois assim que perde tudo, aparece num bairro pobre, é "acolhida" por um bando de crianças que não têm o que comer, e, de imediato, torna-se a "dona" do pedaço. Admirada e respeitada por todos. Para isto soar a autêntico, a atuação e presença do ator tem de ser muito boa. A história também. 

Contudo, aqui tudo é forçado, não dá para acreditar nem por alguns minutos que sim, aquilo tem probabilidades de acontecer. Chega uma estranha a um sítio e torna-se a "Mary Poppins" do local. "Encantando" todos com a sua força e dotada de um milagroso dote culinário. Logo se torna a "salvadora" daqueles pobres miúdos que sobrevivem com muita dificuldade, contudo, surgem super bem arranjados e a morar num sítio colorido e super bacana. Não dá, né?

Luma, que fica com o restaurante da mocinha, subitamente perde clientes uns atrás dos outros... como se fosse péssima cozinheira, assim como o devem ser todos os restantes que trabalham naquela cozinha. De "melhor restaurante da América Latina" e nas mãos da mesma equipa mas com outro chef, passa a NADA. Isso também não tem credibilidade. Podia até diminuir em número de clientes mas sugerir que Luma, que estudou e sempre foi apontada como boa na cozinha (embora não tão boa quanto Viola) subitamente não consegue cozinhar nada de jeito é... inverosímil. 


DESTAQUE AOS BONS:

Os media praticamente são unânimes ao dizer que Chay Suede (Mavi) "carregou a novela às costas". Bom, eu não concordo não. Porque uma novela se faz com um grande número de pessoas e para ter contracena, o ator precisa de um outro ator. Claro que concordo que o ator deu monólogos incríveis, principalmente porque consegue sacar bem o seu personagem e, sem dúvida, brindou o público com uma interpretação sublime e rica em variações de emoções. O "Mavi" de Suede é credível. Super credível. Não importanto as mudanças radicais ou extremas que pudessem ficar decididas no guião - o ator conseguiu manter um fio condutor. 


Gostei também muito de ver Iberê (Jaffar Bambirra), acho que foi uma boa interpretação num papel mais secundário. Ainda que tenham quase destruido a personagem quando o tornaram exageradamente "bonzinho", ao ponto de assumir não apenas um filho mas querer se juntar à mãe deste. Uma pessoa que não amou e com quem, provavelmente, teve alguns encontros sexuais e só. Subitamente, anuncia-se como pai da criança e quer colocar um anel de casamento no dedo da progenitora. SEM SENTIDO, já que não existiu qualquer indicação de que os dois se amaram de verdade. 


A destacar também a prestação de Agatha Moreira como Luma. Ela, que estou a ver loira e patricinha em Terra e Paixão, não me passa nem um vestígio da imagem dessa personagem. Dentro das muitas mudanças que a sua personagem também teve - de mocinha a vilã e de volta a mocinha, ficando ali na corda bamba, acaba por nos brindar com uma figura feminina forte, perspicaz, inteligente, lutadora e... verosímil.  

O mocinho que termina assassinado (Nicolas Prattes) também não teve uma cartada fácil de carregar mas devo dizer que gostei da prestação do ator. Acho injusto dizer que não esteve à altura porque, daquilo que lhe entregaram, acho que ele também fez certinho. 

Critica à caracterização: 
Aqueles cabelos falsos... nossa, que foleiros. O excesso capilar em cada cabecinha... Será que não mais vai existir uma novela Global que não coloque os atores com este ar artificial, que de imediato grita que  "algo está mal e estranho"? 

 



sábado, 18 de janeiro de 2025

Mania de você - A temporada de Chris e Michele em "Portugal"

 
Uma das partes mais ABSURDAS da novela é ver duas personagens viajarem para Portugal para trabalhar e a forma como se comportam com o que lá lhes acontece. Ainda no Brasil, quando lhes é dito dessa oportunidade, eles não procuram saber muito. Nem querem saber como é com as despesas da viagem, quem é que vai pagar, como é a estada, como tratar do passaporte, por quanto tempo este é válido... se têm de comprar um ship de telemóvel, como fazer para abrir uma conta bancária... NADA. Contentam-se com o pouco que sabem. E só sabem que "vão trabalhar". 

Ao chegar, percebem que o restaurante é erótico e não querem fazer esse trabalho. Também descobrem que não vão ser remunerados porque lhes é cobrado que paguem os custos da passagem, alojamento, tudo. Além disso, tiram-lhes os passaportes. A FORMA como isto acontece é anedótico. O tipo apenas exige e eles DÃO. Se a personagem tivesse INVENTADO que precisava deles para tirar uma cópia para mandar fazer os contratos de emprego... epá. Entendo que os dois namoradinhos tivessem entregue os passaportes sem pensar duas vezes.

Mas no tom ameaçador, antipático, ruim... com que foi exigido os dois otários simplesmente entregam o documento mais VITAL para qualquer pessoa que se ausenta do seu país. Não dá para acreditar. 

Mas o pior ainda está para vir. vão trabalhar num restaurante em que têm de servir às mesas em roupas bastante ousadas, eróticas. Recusam-se e saem do estabelecimento, mesmo sem os passaportes. 

E andam pelas ruas a dizer "E agora? O que é que a gente vai fazer?""A gente não conhece ninguém"... 
DESCULPA???

Uma das últimas cenas que passaram do casal antes de sairem do Brasil foi DOIS AMIGOS A FRISAREM para estes os contatarem se precisarem de alguma coisa. Viola e o tipo da recepção. 

E os dois idiotas, só porque convém para o guião, vagueiam pelas ruas de Portugal, sem dinheiro, sem passaporte, sem roupa, sem comida, sem teto... E não coagitam formas de tentar entrar em contacto com alguém  no Brasil! Isto para não falar que a primeira coisa que deviam fazer era entrar numa esquadra da polícia e denunciar o ocorrido. Mas o mais chato mesmo foi saber que o Brasileiro não ia fazer o que estes dois toscos fizeram--- que foi nada. Nada e enfiarem o rabinho entre as pernas e voltar para o restaurante erótico para "ceder" trabalhar no local. O dono até diz que este género de restaurante é "muito comum em Portugal". Caramba! Nunca vi nenhum. Nem nunca ouvi falar. Muito surpresa fiquei em saber que são comuns! Só se for também para este roteiro... Portugal não é uma escola de samba durante o carnaval, em que é tudo descascadinho e ousado... É mais de tascas, fado, comida e pessoas vestidas a servir às mesas. Mas pronto... vai que existe algures.

Acho que nem é preciso explicar que nos dias de hoje, neste mundo global, existem muitos cibercafés que dão acesso à internet de graça - ou mesmo que seja a pagar - e seria BEM FÁCIL, se telefones e celulares não existissem, aceder a uma rede social e contactar um amigo no Brasil. Ou então pedir a alguém um telemóvel emprestado para fazer uma chamada de emergência. Mas sabem o que me chateou mesmo? Foi eles dizerem "e agora? O que vamos fazer? Não conhecemos ninguém". Portugal - principalmente Lisboa, está CHEIO de brasileiros. Aposto que eles não iam conseguir caminhar nem 30 minutos pelo centro da cidade sem escutar o sotaque brasileiro. Imaginem que vocês são elesm e estão naquela situação de emergência... estão perdidos, sem saber o que fazer e escutam um grupo de pessoas com o vosso sotaque numa terra estranha... CLARO que iam abordar as pessoas e explicar! Pedir ajuda. E estes iam ajudar. 

Michele e Chris não fizeram nada disto. E assim, voltaram para o restaurante erótico porque "não tinham opção e tinham fome"... SEI. MIL OPÇÕES disponíveis e eles não vêm nenhuma... Mas quando é conveniente para o guião - Michele lá consegue comprar um ship (e pelos vistos um celular) para telefonar para Viola e lhe contar o sucedido... que Chris foi preso. 

Epá! A mesma Viola que ela RECUSOU contatar quando se viu na rua, sem ter o que comer ou onde dormir. SEI.... 

1) Não foram à polícia. E podiam ter ido porque a "ameaça" do cara não foi essa. Ele até disse: "Podem ir ninguém vai acreditar em vocês". CLARO QUE IAM! A policia até ia esfregar as mãos de contente por poder desmantelar uma rede de tráfego humano. Em nenhum momento eles foram ameaçados de morte. Portanto... Michele e Chris podiam ter ido à polícia SIM, dizer que lhes tiraram os passaportes e se recusavam a entregá-los de volta. Tinham como provar que tinham viajado porque tudo isso fica registado nas companhias aéreas, aeroportos, CEF e cameras de vigilância. 

2) Não foram às redes, não usaram o celular para CONTACTAR ALGUÉM NO BRASIL e denunciar a situação e pedir ajuda. Simplesmente nem tentaram. MUITO IVEROSÍMEL!!

3) Não pediram ajuda a ninguém nas ruas, a nenhum camarada brasileiro - e Lisboa está cravada deles por todos os cantos. Se bobear até tem umas lojinhas geridas por brasileiros, ou cafés e lojas de roupa com muitos funcionários brasileiros... epá, que Michele e Chris não se tenham deparado com NENHUM e não tivessem pedido ajuda a alguém - fosse brasileiro ou não - é super inverosímil!!


Para colmatar - Chris é preso por tráfego de animais e é julgado. O juíz tem sotaque Brasileiro. Os policiais que o prenderam também eram brasileiros. Caramba que "Portugal" afinal até tem brasileiros! Que o casalinho não tenha encontrado nenhum quando precisou mas na altura de serem "punidos" pelas ilegalidades cometidas - subitamente todas as pessoas com quem se deparam: magistrados, advogados, policiais - são brasileiros. 

Sei... Se a trama viajou para Portugal e fizeram umas filmagens no local - o mínimo que podiam se ter dado ao trabalho era de incluir o sotaque de Portugal nos diálogos supostamente passados na prisão, no tribunal, e um juiz, um advogado poderiam falar com sotaque de PORTUGAL... 









Mas o mais IMPRESSIONANTE é que os dois brasileiros queixam-se que não sabem o que fazer. Digo-vos: Em Portugal o que não falta é comunidades brasileiras. Mesmo que não encontrassem ninguém com sotaque brasileiro, existem os portugueses. Mas não. Os dois não foram pedir ajuda a ninguém. A Michele até diz que não quer pedir nada à Viola... que se ofereceu antes da viagem dos dois!

Não é como se não fosse uma emergência. ERA uma emergência!!!

Não faz sentido. nem que fosse pedir emprestado a alguém ou ir à polícia e explicar a situação. Outra coisa que não é convincente. 


Em que século estamos a viver? 

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