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sábado, 13 de julho de 2013

Amigas OPORTUNISTAS

No episódio que vai para o ar SEGUNDA-FEIRA na novela Avenida Brasil, Verónica convida MonaLisa para ir almoçar a um restaurante fino. No final da refeição a cabeleireira ao ver a amiga pegar na bolsa manda ela guardar a dita e diz que quem vai pagar a conta é ela. Está feliz e contente quando Verónica tira da bolsa uma nota cobrando 600 reais pelos "seus serviços". E explica que a levou até ao restaurante para lhe ensinar as tendências, lhe mostrar os vinhos, etc e que isso é um serviço de Personal Friend muito bem pago na Europa e nos EUA, onde é moda e lhe está a cobrar uma pechincha de 300 reais à hora. 

MonaLisa responde à altura: «pode ser moda na Europa mas não é aqui no Divino. Aqui no divino mulher que cobra por serviços à hora tem outro nome" e nisto sai do restaurante. A cena com os detalhes do diálogo vai para o ar amanhã, no capítulo de hoje só saiu o cheirinho. Mas esta cena que parece saída de uma história absurda de alguém muito descarado não é tão incomum assim. Me fez lembrar uma pessoa que conheci. E ela fazia assim:


Ela surgia muito simpática parecendo querer fazer amizade. Oferecia boleia até o café, outras vezes convidava a pessoa para ir com ela de automóvel até um supermercado ou restaurante. Previamente pelo caminho falava de dinheiro. Falava no quanto a vida estava difícil e o quanto não estava nada fácil pagar as contas no final do mês. Enumerava cada despesa que tinha: a da renda de casa, a conta da água, do gás, da luz, de telemóvel, como se despesas não fossem comum a toda a gente.  Relatava também «histórias» pessoais de como as pessoas são egoístas e interesseiras e já não são amigas desinteressadas, capazes de gestos desinteressados, como dar algo a alguém sem esperar receber algo em troca. 

E dava especial ênfase às despesas com a gasolina. Essas relacionadas com o automóvel ela mencionava sempre. Por vezes era a primeira coisa que se lembrava de dizer assim que entrava no carro. "Hoje estou mais pobre. Já gastei 10 €uros em gasolina para o carro. Sem gasolina ele não anda, o que fazer? E já sei que vou ter de gastar mais porque não enchi o depósito. Não tinha dinheiro para mais. A semana passada também gastei 10€ de gasolina. É só vê-lo sair. Ter carro é como ter filho. Por isso é que eu não tenho filhos. É muita despesa. O que me valeu foi minha santa mãezinha que me emprestou 25€, porque eu não tinha dinheiro para comprar gasolina"*. 

Uma pessoa escuta isto e por vezes se compadece. Ao mesmo tempo, é tão comum em Portugal as pessoas iniciaram uma conversa informal com este tipo de lamurias que isto faz com que não se perceba quando alguém está a preparar terreno para nos dar um "chorinho". Pensamos apenas que a pessoa precisa de desabafar ou fez conversa circunstancial. Afinal, dinheiro não abunda para muita gente e despesas toda a gente tem! Mas isto aliado às confidências sobre os dramas com a família, com uma mãe doente, um pai incapaz para o trabalho, irmãos espalhados por toda a parte, pobreza e miséria de alguns e riqueza de outros. Tudo previamente pensado foi então "embalado" com cantilenas deste tipo.

Depois com o tempo é que damos conta que existe um padrão comportamental repetitivo. Cada vez que ela oferecia carona (boleia) a alguém, a seguir não tinha dinheiro para pagar o bolo e café. Nas compras, cobiçava algo mas dizia que achava caro demais, esperando que a outra pessoa se oferecesse para pagar a meias ou dizendo para a outra comprar para si. Se feita a compra pela outra pessoa, depois dava-lhe vontade de provar ou arrependia-se de não ter comprado e não ia ter como voltar tão cedo ao local. Nos restaurantes, elogiava o aspecto da comida nos pratos dos outros até lhe oferecerem um pouco a provar. Provava, dizia que estava delicioso, pedia para tirar mais um bocado, elogiava e por vezes acabava por consumir a maior parte da refeição. Com as sobremesas fazia a mesma coisa. Era sempre a mesma coisa. Inicialmente uma pessoa «engole» o engodo acreditando estar diante de alguém com legítimas preocupações sobre os caminhos erróneos da sociedade. Mas depois a repetição destes actos interesseiros e oportunistas, aos poucos, vão fazendo com que a máscara caia. Ela "Brincava" com a situação de provar a comida nos pratos dos outros, dizendo que era gulosa e que já estava cheia de comida, mas na realidade isso servia para mascarar a realidade: ela era uma oportunista que tentava sugar dos outros tudo e mais alguma coisa, mas com um sorriso, uma falsa simpatia, um falso desinteresse e uma falsa humildade, que a si própria atribuía.

João Emanuel Carneiro
Autor principal de Avenida Brasil

Se ela fizesse um favor a alguém, de alguma forma acabava por o cobrar. Cobrava até o impensável. E achava-se no legítimo direito de o fazer. Indignadíssima ficava quando as coisas não corriam como pretendido. Dizia que era ingratidão. Daí esta pequena cena na novela Avenida Brasil ser mais que um acréscimo cómico à trama. Os autores de novelas são de facto exímios a perscrutar a alma humana e extrair com autenticidade tantas variantes de personalidade e carácter. Pessoas como Verónica EXISTEM. E podem não ser tão fáceis de detectar quanto ela. Nem todas usam roupas de grife e se rodeiam do mais fino luxo, mas em comum têm o apurado sentido de oportunismo. E no fundo são imensamente barraqueiras, adoram baixar o nível e ser ácidas no trato com os outros, ainda que se esforcem para tentar se fazer passar por ladies. A IMAGEM que pessoas de "nível social elevado" possam fazer delas é-lhes importantíssimo. Mudam de imediato de postura quando diante de uma. Parece que os seus cérebros auto-programam-se para a bajulação e para a prestatividade que não é nem um pouco desinteresseira. Parecem máquinas que entram logo em "modo on". É até surpreendentemente como conseguem só de olhar identificar de imediato quem interessa mais dos que não interessam de todo. Quem tem "dinheiro, posição e influência" do "falido com ar de dinheiro mas que não interessa a ninguém". 

Uma vez esta pessoa em quem baseio este relato muito simpaticamente insistiu em pagar o pequeno-almoço (café da manhã) a uma colaboradora descendente de uma "família tradicional de alto prestígio e influência e com uma quinta no norte, onde está o dinheiro gordo", a qual, sempre que sabia por perto, tratava imediato de agradar e passar as melhores das impressões. Ao entrar na empresa vinha aborrecida e a primeira coisa que diz é: "hoje alguém tem de me pagar o almoço porque eu levei a XXX a tomar o pequeno-almoço fora e tive de ser eu a pagar a conta pois ela já pagou outras vezes e ficava mal. Não é justo". LOL. 

AGRADAR esta elite é um must e são capazes de investir um pouco na esperança de ter um retorno substancial, mas nem por isso gostam de praticar o ato de gastar. 

Numa ocasião ajudei esta «amiga» a preparar um evento que ela dizia aberto a todos mas que me contou que ia convidar pessoas de "outro estatuto social e com poder económico" porque estas é que faziam a diferença na festa, embora preferisse lá ter amigos de verdade e não pessoas interesseiras que só pensam em dinheiro. Convidou-me a aparecer, assim como todos os outros colegas. Apareci eu. Ela mostrou-se grata nas palavras, mas incomodada na postura. Ainda lhe dei o benefício da dúvida mas uma segunda ocasião se repetiu e nessa ficou ainda mais claro que a boca agradecia a presença como se fosse uma mera formalidade circunstancial, mas a postura era de irritabilidade. Claramente não lhe agradava a presença de alguém como eu diante de um grupo de pessoas "selecionadas". Há terceira e quarta ocasião já não tive como constatar nada: ela não me convidou ou sequer mencionou em conversas que estava a preparar mais eventos. Outras pessoas que não compareceram aos primeiros, surgiram para os últimos e assim se confirma que o oportunismo atrai o oportunismo. Eu, que lhe prestei muito apoio e incentivo, fui jogada para escanteio sem sequer existir uma pontinha de remorso. Bastou para tal que as coisas começassem a lhe correr para o melhor.  Com o tempo outras situações de "conflito mascarado" surgiram e chamei-a à parte expondo as minhas preocupações e pedindo-lhe para que fosse sincera e me contasse o que a perturbava comigo. Foi incapaz de admitir alguma coisa. Jurou que estava tudo bem e que era impressão minha. Mas continuou a manter-me afastada e a ter comportamentos provocatórios e suspeitos. 
Nesse aspecto a vida real não costuma ser como nas novelas, pois raramente quando chega a altura da "mocinha" dar uma prensa na "vilã" esta aproveita para mostrar a sua verdadeira face e confessar todas as armações ao mesmo tempo que revela todo o veneno. Normalmente o mais comum é o veneno continuar a ser destilado por vias mais cobardes, pelas costas, o mais dissimulado possível. 



Todos estes comportamentos oportunistas que pessoas assim adoptam, são executados ao mesmo tempo que lhes tecem duras críticas. Esta pessoa fazia conversas que mais pareciam palestras, autênticos discursos de filosofia de vida sobre a falta de desprendimento das pessoas hoje em dia, da falta de generosidade, do quanto a sociedade só pensa em dinheiro e o quanto ela não ligava a isso. Faz lembrar "Carminha" defendendo os valores cristãos e a família, e fazendo o que todos sabemos que realmente faz. Com estas pessoas passa-se o mesmo. Criticam severamente os actos de que são exímios praticantes. 

Existem pessoas nas quais só se encontra a verdade se tudo o que disserem for interpretado ao contrário. 


*Senti-me indignada quando percebi que ela também se aproveitava da mãe. Contava-me que esta era muito pobre e corria o risco de ser despejada e de repente diz-me que foi com o dinheiro dela que meteu gasolina? "Ah, fui fazer-lhe uma visita e ela é que me ofereceu dinheiro" -disse. Conseguia imaginar bem o quanto de "trivial e desinteresseira" foi aquela visita e a consequente conversa circunstancial. Não podia concordar com o facto dela ser tão oportunista e sovina. O seu salário era o maior de todos na empresa. Para se ter uma ideia, a nova "presa" de quem se aproximou lá dentro lá conseguia se governar com menos de metade desse ordenado. Era indesculpável ter manipulado e tirado proveito da mãe daquela forma, quando a descrevia muito pobre e extremamente doente. Percebi que ela achava que a mãe lhe era devedora. Todos lhe eram, na verdade.

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quinta-feira, 11 de julho de 2013

O que eu tenho em COMUM com... ADAUTO

O que tenho em comum com a PERSONAGEM de Adauto na novela AVENIDA BRASIL 
é que ambos gostamos de uma moela!


E você? 
O que acha que tem em comum com ESTA personagem?

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quinta-feira, 4 de julho de 2013

O improviso


Faz tempo que queria relatar um acontecimento que ilustra bem o tema que vou introduzir: o improviso.
Numa ocasião em que diversas pessoas de fundo profissionais diferentes se juntaram num curso específico, foi necessário cada qual revelar um pouco de si  num exercício de comunicação com o público. Uma rapariga que o frequentou decidiu REPRESENTAR. Declamar uns versos, portanto. O grupo mais ou menos que vaticinou, antecipadamente, que ela o ia fazer muito bem, pois era atriz premiada. Pelo menos ela gostava de se apresentar assim. Não só era atriz, como já havia sido primeira dama do teatro!

Ela começou a declamar e a interpretar. Surpreendeu-me quase de imediato. Mas continuei a ver, aguardando o final da sua interpretação. Heis que num determinado momento ela pára de aclamar para perder alguns bons segundos a procurar algo e agarra num objecto que eu tinha na mesa para ilustrar uma ideia básica. Ao que respondo com um pequeno comentário bem mais apropriado ao texto que aclamava e ao gesto que teve. Pois ela volta-se para mim atrapalhada e diz:
-"Hã? O quê? O que é que disseste?"

Repeti a chalaça. Ela permanece confusa e desorientada. Perante isso eu peço-lhe para esquecer e retomar a sua interpretação. Foi uma questão de segundos apenas, não mais que isso. Mas aquela rapariga que ficou logo desorientada não soube aproveitar um momento rico para o improviso. Um que o seu próprio gesto criou e que a minha observação abriu portas para ironias. Eu teria feito melhor, teria sido espontânea. Sem treino, sem experiência sem "carimbo" de primeira dama de teatro. E foi aqui que percebi que nem tudo o que diz ser peixe é realmente peixe... No final da sua verborreia poética, o grupo aplaudiu, reforçando à atriz que ela esteve muito bem. Esta por sua vez, com uma falsa humildade e modéstia bebeu os aplausos como se deles necessitasse para viver. Aplaudi o seu esforço, como respeitosamente se faz a qualquer pessoa que exponha o seu trabalho desta forma mas não fui capaz de reproduzir os exagerados elogios, que afirmavam que ela era uma grande atriz. Fez o seu melhor, que estava longe de ser bom. E não soube apanhar um improviso lançado de graça para personificar melhor a sua interpretação. Estava presa a uma forma de interpretar tão obsoleta, que consistia apenas em memorizar palavras e clamá-las ao vento sem errar (ela errou).

E é com este exemplo que introduzo o tema do IMPROVISO.
Gosto do improviso em cena. Conseguia perceber ao assistir uma novela ou filme quando uma parte não estava prevista mas acabou incluída na trama. A forma como os atores se "soltam" e dão de si às personagens (suas e dos outros) e dão à história e à interpretação fica muito mais enriquecida. É um deleite assistir. E se existe hoje uma novela onde esse improviso pode ser observado, essa novela é AVENIDA BRASIL. Todos os núcleos têm alguma liberdade para interpretar suas personagens mas o núcleo da família de Tufão é particularmente FÉRTIL nos diálogos improvisados. Não são só os diálogos, é toda uma postura corporal também. "ADALTO" é o meu favorito nesse aspecto, pois acho que não é tão fácil quanto o ator dá a entender fazer aquela personagem no timming que ele consegue e da forma como ele consegue. Todos aqueles actores, onde se inclui uma inexperiente criança, conseguem fazer longas cenas sem aparentemente existirem cortes de edição pelo meio, simplesmente por conseguirem entregar os diálogos todos entroncados noutros e improvisando "encaixes" até alguém mais dar continuidade ao guião e introduzir o excerto de texto seguinte. É uma delícia e gente, ator que é ator TEM de saber acolher o improviso. Aliás,  acho que este é uma mais-valia para qualquer ator!



Amora Mautner, que entrou como atriz na novela VAMP (1991),

tem crescido profissionalmente como directora de novela.

Com créditos firmados, teve a seu cargo a responsabilidade de Directora Geral 

na novela Avenida Brasil função que transfere para a novela Jóia-Rara

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