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Este blogue mudou-se. Está agora no facebook. Um dia voltará a viver no blogger, numa casa nova e moderna. Até lá, boas novelas!
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sexta-feira, 19 de outubro de 2007

HELENA da Manchete


Tinha 13 anos quando vi esta novela. Desde miúda, com uns cinco ou seis anos, não conseguia compreender porquê outros miúdos como eu, mais velhos principalmente, se descabelavam por um artista qualquer. Tinha uma vizinha doida por Madonna. Tinha um vizinho apaixonado. E ambos eram gozados pelos adultos. Compreendo gostar-se de algo. Mas não compreendo este tipo de gostar. Quase fanático, sem reparar na realidade. Bastava ser Madonna e entravam em histeria de gritos e suspiros. Para mim aquilo não fazia sentido e, indignada com o aproveitamento que os adultos faziam dessa adoração para fazer troça, percebi que aquilo não ia acontecer comigo.

Quando Helena foi para o ar, uma coisa foi diferente. Pela primeira vez, aquele actor, sabem… que bonitinho! Bom, não era nada histérico, nem uma declarada paixão inflamada. Até porque mais tarde desconfiei que talvez fosse gay. Mas algo em Thales Pan Chacon, a sua voz e o seu ar e olhar de cachorrinho sofrido, tocou em botões ainda não tocados. E cá está: a primeira paixoneta por uma figura mediática. Não imaginam o quanto fiquei chateada com isso! Claro, mencionei a coisa lá em casa, e lá vieram as piadinhas. Era inveja.

A química no ecrãn entre os dois irmãos, deve ter ajudado. Tanto Thales, como Luciana Braga, que faz de Helena, conseguem, só com o olhar, passar muita energia. Há cenas de dar calafrios. Li algures, na altura, que ambos eram estreantes em Tv. Se assim foi, a crueza da falta de conhecimento do meio televisivo, não foi relevante.

Desta novela lembro que o nosso presidente da República de então, Mário Soares, fez uma visita ás gravações e lá estavam as fotos na revista. Mais tarde invejei-o! Lembro que na cena final da morte de Helena, existe uma falha, que mais tarde vim a descobrir que se designa por “racord”, ou seja: há uma falha de continuidade e de um plano para o outro as cenas chocam entre si. Foi com o cabelo de Helena. Depois de morta, entre um take e outro, conseguiu mudar de lugar e ficar composto no travesseiro! Lembro também que Helena me ensinou um conceito que desconhecia então, nos meus tenros 13 aninhos. Não sabia que podia existir um casamento póstumo. Tive de ler o resumo do final da novela na revista, porque as últimas cenas do último episódio, nunca as vi. E foi nesse resumo, que procurei saber a que casamento se referiam, se a noiva já estava morta. Investiguei e descobri, com surpresa, que se pode casar com um morto!

Ainda espero, hoje, que a novela volte a ser emitida em Portugal para que, décadas depois, possa ver como termina! É que tive de ir para escola. E apesar de poder contar com o auxílio da tecnologia, o videogravador, a pontualidade da única estação de televisão portuguesa existente na altura, era tão ruim que, mesmo dando todo o espaço na cassete, não cheguei a ver o final.

No outro dia, na escola, comentavam-se as últimas cenas. Alguns colegas meus faltaram para poder assistir. Deveria ter feito o mesmo, mas sofro deste mal de cumprir os deveres… ainda mais em dia de anos! O sucesso de Helena foi grande. Na época só existia uma estação de televisão pública, com dois canais. E o segundo, tinha muita fraca audiência. Foi neste que passou “Helena” (aliás, outras grandes novelas passaram na RTP2: Barriga de Aluguel, é outro exemplo). Este facto deve ser do conhecimento geral, para se poder enquadrar o sucesso de uma novela que fez meninos da escola faltar para assistir.

Helena trouxe outra benesse. Graças á história, fui procurar o livro. Queria saber como este tinha sido escrito por Machado de Assis. Como as novelas costumam incluir mais personagens, inventar mais histórias e englobar outras obras, gostei mais da novela que do livro. Embora não deixasse de gostar do livro. E isto para mim é o exemplo do lado benéfico de novelas, filmes e outras obras de arte retratadas em cinema ou televisão: produzem curiosidade e podem levar o espectador ao livro.

Até agora, também não sabia que outras pessoas achavam o TPC (como me referia a Thales Pan Chacon, fazendo o trocadilho por ser a abreviatura de trabalhos para casa- que tinha da escola) atraente. Uma casualidade deu-me essa percepção. Sim, mais outra pena… a doença que o levou. Ele e muitos outros que participaram nesta novela, faleceram pouco tempo depois: Yara Amaral, tragicamente afogada num muito divulgado caso de sobrelotagem de pessoas numa embarcação durante a celebração do ano novo (révellon), Isabel Ribeiro, a talentosa vilã Thomásia e Chiquinho Brandão, num acidente de viação. Sabemos lá nós o que nos calhará! (ou quando!).

Mas recordando coisas não tristes, não gostariam de rever Helena? E voltar a usufruir destas personagens, destas interpretações talentosas, e da tensão e energia sexual entre os dois irmãos? Ainda por cima, sendo uma novela de época, acho que vestido daquela maneira o TPC ficou ainda mais atraente. Ainda hoje, uma camisinha de espadachim num homem... enfim! Hã! Nada como ter tudo tapado e usar muita roupa! :)

Você viu ou lembra desta novela??
O que foi ela para si?
Deixo um trecho em: http://http://br.youtube.com/watch?v=E19rvzb6G7s

R*E*SU*M*O DA H*I*S*T*Ó*R*I*A:
O concelheiro do Vale morre. A leitura do testamento deixa todos em choque: o seu amigo Camargo, e sua única família: o filho Estácio e a irmã Úrsula. Afinal, o concelheiro tinha uma filha, que reconhece como legítima em testamento. Chama-se Helena. Esta vive num convento e é chamada pela família. Úrsula não a recebe bem, mas o irmão, Estácio, fica fascinado com a ideia de ter uma irmã.Quando Helena chega à fazenda, revela-se uma menina de muitos bons modos. Educada, acaba por conquistar o coração duro e moralista de Úrsula. Helena conquista o coração até do irmão. Mas de maneira completamente diferente. O amor é mútuo, e é carnal. Nenhum dos dois cede aos seus impulsos, mas torna-se cada vez mais difícil assumir esse comportamento. Estácio está noivo de Eugênia, a filha do Dr. Camargo, muito amigo da família. Este e a esposa têm pressa em casar os dois. Estácio é dono de toda a fortuna dos Do Vale, e por isso, os Camargo não vêm com bons olhos a novidade "Helena". A doçura da rapariga conquista o coração de todos e desperta interesses românticos. Para desespero e tortura de Estácio e da própria Helena. Ás tantas, percebe-se que a rapariga esconde algo. Será que ela não é o que aparenta ser?

Estácio está noivo mas mantêm um romance com uma espanhola. Os seus encontros dão-se numa cabana abandonada no meio da floresta. É por essa cabana que também Helena começa a passear e a ter encontros misteriosos.Os dois irmãos começam a discutir, basicamente porque a atracção que sentem um pelo outro é cada vez maior e não sabem como a irradicar. Numa ocasião, Estácio bebe mais que a medida, acaba bêbado, no colo de Helena, e beija-a. A rapariga dá-lhe um estalo.
A partir daqui os dois vão andar tensos. O segundo beijo acaba por acontecer e é presenciado por Úrsula. Espantada, manda chamar o padre Melchior, e avisa os sobrinhos de que assistiu à cena de afecto. Helena e Estácio sentem-se torturados e o sentimento de culpa os invade. Helena sai de casa para ir até a casa da bandeira azul (http://br.youtube.com/watch?v=aWDP1UVU13g), a tal cabana abandonada e Estácio, desconfiado, segue-a. Ao chegar a casa, Helena encontra as malas feitas e interpreta o gesto como uma expulção. Ela passa a viver na casa da amiga Joana. Estácio pergunta-lhe quem mora na cabana azul, mas Helena pede-lhe para não falarem disso. A partir daqui Estácio está obcecado, e tenta por todos os meios saber com quem Helena se encontra na cabana. O indivíduo misterioso chama-se Salvador, um homem de cabelo grisalho, a quem Helena pede que desapareça antes que Estácio o encontre. Para colmatar, Estácio decide afastar-se numa longa viagem. Ao abrir o cofre para levantar o dinheiro, descobre que desapareceu. Circunstâncias levam-no a desconfiar de Helena. Mas foi Úrsula a responsavel, e acaba por confessá-lo. Estácio sente-se torturado de remorsos e pede desculpa a Helena. Entretanto, a noiva de Estácio, que estava ausente numa longa viagem, regressa. Vem mudada. Traja calças e calça botas. Muito americanizada, diferente da menina dócil que partiu.
Alguém vê Helena e Salvador em gestos íntimos e corre a contar à fiel empregada, Xica. Esta vai ter com a rapariga e diz-lhe que já está a par do seu caso amoroso. Helena fica escandalizada e afirma se tratar de uma bela amizade. Os pais de Eugênia descobrem que ela está grávida e a mãe indica-lhe para seduzir Estácio o quanto antes, de modo a que este pense que o filho é dele. Entretanto Vicente, o melhor amigo de Estácio e eterno pretendente de Helena, descobre quem é Salvador e, num momento de embriaguez, revela a Estácio que conhece o segredo de Helena. Este vai ao quarto da irmã para lhe dizer que a casa da bandeira azul também lhe pertence e que pretende voltar a frequentá-la. Chateado, Estácio vai até à cabana e expulsa Salvador de lá. Helena confronta-o e diz que se ele fôr embora, ela vai junto. Esta tensão tortura-a, e a rapariga confessa ao padre a sua verdadeira relação com Salvador. Melchior fica espantado! Helena tenta novamente convencer Estácio de que a sua relação com Salvador não é carnal e este acredita. Quanto vai à cabana, Helena encontra um bilhete de Salvador a dizer que partiu. Isto deixa a rapariga deprimida, e Helena recusa-se a sair do quarto, pensando em regressar ao convento. No entanto, perante Xica, Salvador regressa e Helena, feliz, exclama: -"Pai!". Xica surpreende-se mas acaba por compreender como aquilo pode acontecer. Estácio percebe os enjôos de Eugênia e pergunta-lhe se está grávida. Por esta altura, os dois já se tinham envolvido sexualmente, o que faz Estácio suspeitar que vai ser pai. No entanto, confessa a Xica que seria o homem mais feliz do mundo se a sua noiva fosse Helena. No meio de mais peripécias, Estácio e Helena acabam por se envolver em mais beijos. Num desses, eles são vistos por Camargo, que fica escandalizado! E apartir daqui, faz chantagem com a rapariga.

2 FEED-BACK -DEIXE OPINIÃO:

Anónimo 10 de julho de 2010 às 04:42  

É só para desfazer um equívoco:o Chiquinho Brandão,que trabalhou na novela Helena,não morreu de acidente de avião mas de um acidente de carro.
O seu carro chocou-se com uma árvore,no Rio de Janeiro.
Na época era um dos jovens atores mais promissores.Uma pena!...

Unknown 29 de novembro de 2010 às 05:33  

Também quero acrescentar a lista dos atores desta novela que já se foram:

Luis Maçãs (Beraldo) - morreu em 1996, com apenas 32 anos, de causas não esclarecidas pela família. Sabe-se que o ator havia realizado um regime para perder mais de 20 quilos e estava com depressão.

Ivan de Albuquerque (Padre Melchior) - faleceu em 2001, de cancro.

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