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sexta-feira, 21 de março de 2008

Emigrantes: estereótipos e piadas

Altura da Páscoa, tempo de reflexão. Mesmo no que diz respeito a novelas!

Há uns tempos, enquanto pesquisava sobre “O quinto dos Infernos” deparei com um artigo brasileiro que abordava a forma como os emigrantes são retratados nas novelas brasileiras. Li coisas que me surpreenderam e teorias de opinião formadas não se sabe bem por quem. Só então pensei neste assunto, que estava totalmente ausente das minhas observações ao ver as novelas.

Como são os emigrantes retratados nas novelas brasileiras? Bom, que importa, não é mesmo? A menos que se inventem mentiras. Sei que o povo brasileiro há uns tempos pelo menos, tinha aquela imagem do português emigrante baixinho, com barriga, farto bigode, de avental branco atrás de um balcão de padaria a amassar a massa do pão e sinceramente, acho que é um estereotipo afectuoso. Que mal tem em mostrar um trabalhador? E as nossas raízes mostram isso mesmo: a existência de uma mão-de-obra emigrante trabalhadora, esforçada e que no Brasil se traduziu em algumas padarias num determinado período de tempo.
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Mas o artigo vai mais atrás e chega ao português colonizador. Fala de “ressentimento de conquistado” e aborda teses de preconceito. Compara a emigração italiana retratada nas novelas com as poucas personagens de portugueses que por lá apareceram.

Terra Nostra é uma novela actualmente em exibição em Portugal. Mostra emigrantes italianos no Brasil, logo após o fim da escravatura, que para lá foram “fazer a América” (enganaram-se e foram parar ao Brasil). São um povo unido, que não inveja os patrícios que sobem na vida, trabalhador, feliz e com uma gastronomia que a todos agrada. Penso que a história emociona qualquer um que a veja, seja qual for o país em que a novela seja exibida. O facto de serem italianos é só um facto, mas quantos e quantos emigrantes não têm essa mesma história? Porém, no Brasil naquela época, aquela população emigrou em grande número, fugindo de uma Itália que proporcionava uma vida de miséria, tal como sempre acontece com quem emigra.

Por falar em conquistadores e por estarmos na Páscoa, inundam as televisões portuguesas filmes alusivos à época. Filmes como “Quo-Vadis” e “Ben-Hur”. Neles recuamos ainda mais no tempo. Vamos aos anos antes de Cristo.

Os Italianos não foram o primeiro povo significante para a história das conquistas, mas foi um dos maiores. Conquistadores exímios, formaram o Império Romano e foram, por muito tempo, os “donos do Mundo”. Conduziram Cristo à cruz, perseguiram os cristãos e no entanto é em Itália que se localiza o berço da cristandade: O Vaticano. Um país dentro de um país. Uma força por si só, um país com uma máfia organizada. A este período da expansão romana devemos as influências que temos hoje em estradas, sistemas de esgotos e canalização – um legado aperfeiçoado pela civilização que foi tão amplamente aplicado nos locais de conquista do Império Romano. Por todo o mundo existem vestígios aqui ou ali, de pontes e outras ruínas romanas.

Sempre achei o povo português parecido com o italiano e vice-versa. Sem ter tido oportunidade de o ir constatar com os meus olhos. Porém, ambas as línguas derivam do latim, ambos os países são banhados pelo oceano, têm sol, uma cultura semelhante e uma boa e diversificada gastronomia. E se formos enveredar pelo tópico das conquistas, as semelhanças talvez sejam maiores. Afinal, noutra altura, também nós fomos os “donos do Mundo”. Conquistámos por mar, fizemos feitos por outros até então nunca alcançados e só depois de descoberto tudo o que havia para descobrir é que outros vieram e gradualmente se apropriaram das rotas comerciais e locais já conquistados. Também o mesmo sucedeu ao império Romano. É assim o ciclo da vida e da história da humanidade.
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Então, que diferenças há entre o povo emigrante italiano e o povo português? Algumas decerto, porque um indivíduo é diferente de outro e assim também é um povo. Mas as semelhanças são maiores. E no caso dos povos que emigram existe um denominador comum que em poucos casos quebra a regra. Seja de que parte do Globo Terrestre partir um emigrante, este parte com coragem, acreditando em si próprio e na sua capacidade de trabalho para conquistar uma vida melhor. O português talvez não partisse com a ideia de ir “fazer a América” (fazer fortuna), mas talvez somente com o desejo de juntar algum dinheiro para si e para enviar aos seus. Ou talvez não. Mas todos procuraram abandonar uma situação de miséria em busca de uma vida melhor. Munidos do seu espírito guerreiro, lutador, conquistador e empreendedor. Acredito que algures no ADN de um povo permanece sempre um espírito guerreiro.
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Embora o artigo se tenha centrado nestas duas emigrações, outros povos e culturas são também retratados nas novelas.
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Já aqui o disse e repito: a ficção mente. Distorce os factos e apresenta a verdade de modo a nos divertir e fazer sonhar, mais que para nos intruir. Estou a recordar a "febre" brasileira da dança do ventre, das roupas e das expressões muçulmanas serem moda aquando a novela O Clone. Cá está: o espectador é tão influenciável! Mas o que recordo sobre este assunto, e trago também à baila o povo cigano retratado na novela "Explode Coração", é que em ambos os casos os visados agradecem mas não deixam de afirmar que muito do que se mostra é distorcido da realidade, exagerado no luxo, na beleza e no glamour.
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Um pão insólito:

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