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quinta-feira, 1 de maio de 2014

Lado a Lado - novela e a personagem heroica de Zé Maria

Acompanho a novela Lado a Lado (TV Globo Portugal) com gosto. Considero-a uma novela excelente. De início temi que viesse aí mais uma novela cliché. Achei as chamadas de atenção da novela repletas de cliché e padronizadas. Intuí que iam usar e abusar de cenas de capoeira, elevadas ao heroísmo e muito produzidas. Por isso temi que viesse a encontrar uma trama que não passasse de uma manta de retalhos de outras tramas já vistas vezes e vezes sem conta. Temi os exageros, principalmente nas «lições de moral». Temi a unilateralidade da abordagem ao tema do racismo, ao tema da riqueza versus a pobreza, enaltecendo sempre a última e colocando os vilões na outra. Temi os enquadramentos, as técnicas de filmagem, sempre iguais, previsíveis e muito vistas. Mas felizmente a trama surpreendeu e é agradável. É uma novela que não gosto de perder. 


Porém, não posso com o Zé Maria. Quer dizer, poder até posso, mas acho que a personagem no papel deve funcionar bem melhor do que aquela que aparece no ecrã. Zé Maria é um filho de escravos, nascido já livre mas que ainda enfrenta, como todos os outros, os resquícios do preconceito que ainda habitam algumas mentes. Ele é um herói, corajoso, destemido, sempre mas sempre a travar lutas de honra e envolvido em causas nobres. Só que o Zé Maria que vejo não me convence. E é um chato. Chateia tanto heroísmo! Tem sempre de ser ele o herói de todas as situações. O pior é que é um tanto inverosímel. Talvez a responsabilidade seja «nossa», que idealizamos os nossos heróis como Adónis, perfeitos em todos os sentidos e o actor que incorpora a personagem não é exatamente um adónis. Mas não creio que seja a beleza um factor fundamental para conseguir dar credibilidade a um herói. Outros atores conseguem e nem se percebe que a beleza não é um predicado essencial. Zé Maria mete sempre o bedelho em tudo. Não deixa ninguém expressar-se livremente, ser dono de si, está sempre a passar juízos de valor e a tentar fazer com que quem o cerca viva a sua vida como ele, Zé Maria, acha que é o certo. É esta a impressão que a personagem me passa e sei que, no papel, é suposto ser o contrário!


Numa cena que recentemente foi para o ar, Zé Maria confronta Albertinho na casa de Isabel. Albertinho chega porque quer conhecer o filho e os dois entram num confronto de palavras. Devia ter sido o momento em que , o noivo que não chegou a ser marido, o namorado cuja namorada engravidou de outro, ia brilhar. Ia poder sair por cima. No entanto a cena parece dominada pela coragem de "Albertinho", que mesmo sabendo-se indesejado e diante de um capoeira que o despreza, mantém-se firme e nem pestaneja. Decerto que a intenção da cena não era fazer com que o público admirasse ainda mais Albertinho e sim, se compadecesse do sofrimento de Zé Maria e vibrasse por este finalmente ser mais duro com o «rival». 
Contudo, parece estar a ser apenas casmurro e a querer complicar o que é simples. Está sempre a repetir: "O Elias era para ser meu filho, era para ser meu filho" - e parece que não vai conseguir ultrapassar esse facto. Só dá vontade de o mandar calar e lhe lembrar: "não é porque não quiseste. Não quiseste assumir o filho de outro homem". Claro que percebemos a sua incapacidade para tal acto na altura dos acontecimentos, mas acho que não devia passar em branco na mente de que ele também contribuiu para a situação. Paira sempre no ar a culpa de Isabel, que se desmancha em atenções para não ferir a susceptibilidade de . Aconteceu há oito anos ou mais! É a vida e tem de se ultrapassar. Só que ele fica a remoer e o que transparece é que este «herói», justo, corajoso, respeitador, equilibrado, não deixar que os outros esqueçam a sua responsabilidade no seu sofrimento acabando por os martirizar a cada dia que passa. 





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