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quinta-feira, 4 de julho de 2013

O improviso


Faz tempo que queria relatar um acontecimento que ilustra bem o tema que vou introduzir: o improviso.
Numa ocasião em que diversas pessoas de fundo profissionais diferentes se juntaram num curso específico, foi necessário cada qual revelar um pouco de si  num exercício de comunicação com o público. Uma rapariga que o frequentou decidiu REPRESENTAR. Declamar uns versos, portanto. O grupo mais ou menos que vaticinou, antecipadamente, que ela o ia fazer muito bem, pois era atriz premiada. Pelo menos ela gostava de se apresentar assim. Não só era atriz, como já havia sido primeira dama do teatro!

Ela começou a declamar e a interpretar. Surpreendeu-me quase de imediato. Mas continuei a ver, aguardando o final da sua interpretação. Heis que num determinado momento ela pára de aclamar para perder alguns bons segundos a procurar algo e agarra num objecto que eu tinha na mesa para ilustrar uma ideia básica. Ao que respondo com um pequeno comentário bem mais apropriado ao texto que aclamava e ao gesto que teve. Pois ela volta-se para mim atrapalhada e diz:
-"Hã? O quê? O que é que disseste?"

Repeti a chalaça. Ela permanece confusa e desorientada. Perante isso eu peço-lhe para esquecer e retomar a sua interpretação. Foi uma questão de segundos apenas, não mais que isso. Mas aquela rapariga que ficou logo desorientada não soube aproveitar um momento rico para o improviso. Um que o seu próprio gesto criou e que a minha observação abriu portas para ironias. Eu teria feito melhor, teria sido espontânea. Sem treino, sem experiência sem "carimbo" de primeira dama de teatro. E foi aqui que percebi que nem tudo o que diz ser peixe é realmente peixe... No final da sua verborreia poética, o grupo aplaudiu, reforçando à atriz que ela esteve muito bem. Esta por sua vez, com uma falsa humildade e modéstia bebeu os aplausos como se deles necessitasse para viver. Aplaudi o seu esforço, como respeitosamente se faz a qualquer pessoa que exponha o seu trabalho desta forma mas não fui capaz de reproduzir os exagerados elogios, que afirmavam que ela era uma grande atriz. Fez o seu melhor, que estava longe de ser bom. E não soube apanhar um improviso lançado de graça para personificar melhor a sua interpretação. Estava presa a uma forma de interpretar tão obsoleta, que consistia apenas em memorizar palavras e clamá-las ao vento sem errar (ela errou).

E é com este exemplo que introduzo o tema do IMPROVISO.
Gosto do improviso em cena. Conseguia perceber ao assistir uma novela ou filme quando uma parte não estava prevista mas acabou incluída na trama. A forma como os atores se "soltam" e dão de si às personagens (suas e dos outros) e dão à história e à interpretação fica muito mais enriquecida. É um deleite assistir. E se existe hoje uma novela onde esse improviso pode ser observado, essa novela é AVENIDA BRASIL. Todos os núcleos têm alguma liberdade para interpretar suas personagens mas o núcleo da família de Tufão é particularmente FÉRTIL nos diálogos improvisados. Não são só os diálogos, é toda uma postura corporal também. "ADALTO" é o meu favorito nesse aspecto, pois acho que não é tão fácil quanto o ator dá a entender fazer aquela personagem no timming que ele consegue e da forma como ele consegue. Todos aqueles actores, onde se inclui uma inexperiente criança, conseguem fazer longas cenas sem aparentemente existirem cortes de edição pelo meio, simplesmente por conseguirem entregar os diálogos todos entroncados noutros e improvisando "encaixes" até alguém mais dar continuidade ao guião e introduzir o excerto de texto seguinte. É uma delícia e gente, ator que é ator TEM de saber acolher o improviso. Aliás,  acho que este é uma mais-valia para qualquer ator!



Amora Mautner, que entrou como atriz na novela VAMP (1991),

tem crescido profissionalmente como directora de novela.

Com créditos firmados, teve a seu cargo a responsabilidade de Directora Geral 

na novela Avenida Brasil função que transfere para a novela Jóia-Rara

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