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terça-feira, 30 de junho de 2009

C. Índias: diferenças culturais 2

Ter continuado a assistir à novela "Caminho das Índias" fez-me entender mais duas diferenças culturais entre o triângulo de povos "Indianos-Brasileiros-Portugueses".
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Os costumes durante a cerimónia de casamento, por exemplo. Numa parte da cena, Ravi e sua esposa Camila permanecem sentados, enquanto todos os convidados pousam atrás deles, para serem fotografados com os noivos. A família da "pirangui" estrangeira (sempre me soa a «piranha» estrangeira... mas acho que a autora não quis repetir o chavão) comenta com espanto o facto, lamentando a má sorte dos noivos. Bem... não sei como é no Brasil, mas em Portugal é da praxe todos os convidados tirarem fotografias com os noivos. Varia é a situação: os nossos noivos, pobre coitados, não têm o conforto de dois tronos. Normalmente vão para o jardim, depois da cerimónia religiosa na igreja (exemplo tradicional e ainda o mais escolhido), onde são fotografados em vários locais separadamente dos convidados, e depois poisam, geralmente de pé e ao sol, com cada família. Um processo que pode levar 1 a 2 horas... dependendo da vontade e resistência de ambas as partes e do número de convidados.

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A bem dizer, esta tradição é mais alimentada pelo interesse dos fotógrafos em ganhar dinheiro por cada retrato obtido. Quantos mais tirarem, maior é a possibilidade de lucro. Num casamento português, o indivíduo mais entusiasta no momento de tirar as fotografias, é o fotógrafo, que incentiva e anima o pessoal. Mas não deixa de ser um procedimento aguardado por todos e, quando por alguma excepção, falha, não há quem não lamente não ter fotografias de casamento.
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A outra diferença interessante entre os casamentos Portugueses e os Indianos (afinal, com algumas semelhanças), é a tal parte das despesas…
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Se na Índia têm aquela tradição da família da noiva ter de pagar um «dote» pelo noivo, aqui não é muito diferente. Manda a tradição que seja a família da noiva a arcar com as despesas da cerimónia. Ou seja: pagar a igreja, os proclamas, a festa, a música… tudo. Menos o fraque do noivo!
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Mas hoje em dia, são os próprios noivos que, disfarçando a sua autonomia na discreta ajuda dos pais ou não, tendem a querer arcar com as despesas. O normal é os pais ajudarem sempre de alguma forma, contribuindo com o que podem, quando não com a maior parte das despesas e com o imóvel do futuro casal.
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Agora vem a parte dos convidados. Em Portugal, quando somos convidados para um casamento, o habitual é fazer ofertas generosas de dinheiro. Já se tornou uma “tradição” os noivos, no final da festa, juntarem-se para fazer a contabilidade. Não é muito incomum a quantia de dinheiro obtido chegar para cobrir as despesas e sobrar para a lua-de-mel. Não acontece sempre, mas acredito que, nestas condições e no geral, principalmente quando os noivos viram as despesas diminuídas com a ajuda de terceiros, as oferendas em dinheiro acabam por compensar as despesas próprias. Além de todos os membros da família receberem convites, os amigos mais próximos ou há muito afastados também são chamados à celebração. É uma forma de participar a todos a mudança de estatus, de uma só vez.
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Depois dos noivos embarcarem numa lua de mel, no regresso tratam de ir buscar as fotografias ao fotógrafo e distribuem uma para recordação, a todos os convidados que, entretanto, durante a cerimónia do copo-de-água, já tiveram acesso a uma prova com todas as fotografias e pagaram aquelas que escolhem querer para si.
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Em Portugal, ambos os noivos têm dois padrinhos de casamento. Tradicionalmente, um casal, mas hoje em dia, tanto faz o género e o número. A estes cabe a responsabilidade de oferecer uma maior quantia em dinheiro. Em alternativa ou como inclusão, devem também arcar com a despesa da vestimenta do respectivo noivo. Os padrinhos da noiva devem pagar-lhe o vestido, sapatos, bouquet e demais adornos, e os do noivo, devem fazer a mesma coisa para o fraque. Geralmente, opta-se pelas oferendas em dinheiro por se acreditar que a despesa é menor.
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Caso algum convidado não possa comparecer à cerimónia por falta de recursos, é sempre exercida pressão para que mude de ideias, acabando-se por oferecer a ajuda necessária, seja colocar alguém responsável pelo transporte, ou arranjar alguém que empreste uma indumentária apropriada e se encarregue das despesas do cabeleireiro. Em suma: todos querem ajudar com o objectivo de eliminar os entraves que impedem a pessoa de ir à cerimónia.

1 FEED-BACK -DEIXE OPINIÃO:

novelista 14 de julho de 2009 às 20:43  

Tem razão. É engraçado como, nas diferenças existem semelhanças. Os noivos investem muito na felicidade dos convidados e não ligam aos presentes MAS, na hora de somar todas as doações monetárias, mostram esse lado material. Afinal, sempre conta alguma coisa.

Um bom serviço de fotografia, com álbuns e vídeos, rondam os 1500 euros! Ás vezes mais. Mas nem sempre o caro é bom. Nem o barato seguro...

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