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quarta-feira, 23 de abril de 2008

Em exibição: Terra Nostra


A trama de Terra Nostra continua a avançar, por entre páteos, portões, corredores e passeios de charrete, com as suas incongruências. Por onde começar? Talvez pelo parto do filho de Guilhemercino. Decerto uma cena importante para a história, porém foi de pouca credibilidade o pretexto arranjado para que este tivesse de ocorrer no meio do mato.

A impressão que passa é que o autor queria porque queria que assim acontecesse mas não soube ser convincente nas tramas que desenvolveu para obter esse resultado. E o resultado é que Leonora, Mariana, Guilhemercino e Maria do Socorro saiem de S. Paulo para a fazenda em fuga da peste. Porém, Leonora viaja sem a filha e Guilhemercino abandona à má sorte da peste o tão protegido neto.

Estas acções não combinam com a conduta das personagens até então. Além disso, antes da partida a filha Rosana diz ao pai que ela e o filho dela vão com eles para a fazenda, e na cena seguinte partem e ela fica na cidade. Explicação? Não houve. E assim, para fugir da peste, os quatro vão para a fazenda, porém Guilhemercino deixa o adorado neto à mercê da doença, assim como Leonora a filha e Mariana o filho no convento. E porquê? Porque se viajassem com as crianças, nenhuma podia fazer o parto no meio do mato. E com quem ficam em S. Paulo a filha da empregada e o neto do patrão? Com Mdm. Janete!

Depois do parto feito, todos regressam para S. Paulo e por milagre, a mencionada peste que prometia complicar a história, desaparece do texto.

Outro desenvolvimento difícil de acreditar é o desenrolar da relação de Mateu e Juliana. Desde que os dois se juntaram, uma coisa não bate certo com a outra. Primeiro é sabido que um casal quando se ama e concretiza a união, a primeira fase é sempre de “rosas”. “Amor e uma cabana”. Só depois vêm as dificuldades. Mas com Mateu e Juliana foi ao contrário.


Assim que chegam à pensão já não se entendem, desconversam, estão inseguros e traíem o carácter que até então mostraram ter, que é a sinceridade. Exactamente quando a fase de rosas devia terminar para se começar a viver as dificuldades, é quando o casal se acerta, por milagre. Mais para a frente voltam a desentender-se e o pretexto é fraco. Voltam a acertar os ponteiros e estão agora novamente tremidos, tendo Juliana confirmado a Mateu no episódio de ontem, que o quer abandonar há muito. Aposto que isto não vai dar em nada, tal como as anteriores ridículas tensões entre o casal.

A forma como os trabalhadores italianos aceitam a “proposta” imposta de Angélica quanto a terem direito a metade dos lucros da colheita, é patética. Aqui pode ser o sangue português a falar, mas penso que até em Itália aplica-se o provérbio “quando a esmola é muita o santo desconfia”. Além disso, não faz sentido não ter surgido naquela multidão um líder, para estreitar a comunicação entre o grupo e o patronato. Assim que chegam à fazenda, Mateu e Bartollo assumiram a liderança. Depois partiu um, ficou o outro. Agora partiram os dois e ninguém naquela italianada se destaca. Nem para assumir a venda, cuja partida do novo empregado ficou ainda por perceber. A venda ficou entregue a quem? A única ambição daquela italianada prende-se somente ás necessidades da trama, e isso irrita.


Voltando aos trabalhadores, que começam a bater palmas e a gritar vivas de alegria com a imposição de Angélica, acho estranho que não percebam que metade de “nada” é “nada”. E que correm mais riscos e têm pouco proveito próprio nessa divisão em dois: metade para o patrão, a outra metade por centenas de cabeças.


O triste destas histórias é que, por entre estas incongruências, percebe-se que o “Destino” de algumas personagens está planeado para se intercalar no futuro. Nomeadamente o das crianças que estão a nascer, mais Tisio e o primo. Porém, como o autor fica sempre aquém das suas intenções quando escreve as suas tramas, é sabido que não houve nenhuma Terra Nostra 2 (ainda bem). Logo, a trama vai deixar muitas pontas soltas que nunca voltarão a ser reatadas. De certa forma isto confirma as suspeitas que me fizeram não querer ver a novela quando surgiu pela primeira vez.

Em termos das escolhas da direcção e edição, também teço umas críticas. Já aqui falei o chato que é estar sempre a ver o sol nascer e a noite a se pôr, cerca de quatro vezes por capítulo. Pelo meio muitas vezes nem interessa a cena que vai para o ar. Tudo isto é acompanhado por muita música, que avança adentro das cenas seguintes. É melodia atrás de melodia, o que confirma novamente a impressão inicial, desta ser uma novela de pouco diálogo e muito embalo. Manter a TV ligada na novela sem a estar a ver é ser agredido pela violenta sucessão destes diferentes sons de embalo.

Algo nela é belo de se acompanhar. Acho que até a cena do parto do primeiro filho de Juliana, a coisa esteve quase sempre perfeita. Daí para a frente existiu um “boom” de incongruências. Esta novela é muito boa de ver, mas com um par de “tesouras” na mão!

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