Novidade

Este blogue mudou-se. Está agora no facebook. Um dia voltará a viver no blogger, numa casa nova e moderna. Até lá, boas novelas!
Para TODOS os fãs de telenovelas Brasileiras e Portuguesas espalhados pelo mundo.
Portuguese blog about Brasilian/Portuguese tv soaps for fans all over the world.

email desactivado por google devido a spam
alternativa: novelas para recordar npr arroba gmail.com

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

SER FÃ

Vejo telenovelas brasileiras desde pequena. Comecei a fidelizar-me com “Guerra dos Sexos”, que em Portugal foi para o ar em 1984. Daí para a frente continuei a vê-las e sem o perceber, fui adquirindo conhecimentos sobre as mesmas. Conheço o nome de cada actor, facilmente assimilei também o nome dos estreantes, interiorizei os trabalhos que já tinham feito em Tv, cinema e teatro e os que pretendiam fazer, soube o que diziam e pensavam, através das entrevistas que se publicavam na imprensa e como viviam a sua vida pessoal. Depressa fiquei com uma espécie de “ficheiro informático” de mais de 1000 nomes, que me chegou naturalmente, e de facto, desde actores, autores, realizadores, figurinistas etc, tudo ficou gravado. Mantive esta característica, sem lhe atribuir importância ou a revelar publicamente, por cerca de 15 anos. Aí num certo momento, essas “actualizações” automáticas deixaram de se efectuar e desliguei-me deste interesse que mantinha actualizado apenas por lhe ter gosto.

Explico tudo isto para chegar ao conceito de fã. Não sei o que é ser fã de uma pessoa em particular. Penso que admiro a arte de representar e por isso aprecio quem a executa. Admiro quem o faz brilhantemente, aprecio uma obra bem dirigida e bem filmada, pensando também nas pessoas atrás das câmaras. Imagino as dificuldades de produção, os entendimentos e desentendimentos de bastidores que por vezes se notam no resultado da obra. Penso de uma forma global. Não compreendo assim a particularização de um ídolo e não sei o que é ser fã que agarra, grita, berra e puxa os cabelos como se o juízo lhe escapasse.

Noutro dia vi umas imagens em que uma fã chega perto de Brad Pitt. A expressão no seu rosto era de puro temor! Claro que, como todos nós, conduziu a coisa com aparente descontracção. Mas o facto dos cinco seguranças que o rodeavam não terem visto aquela mulher a lhe puxar para si, deve tê-lo desagradado.

E começo a pensar no horror que é ser uma celebridade. A falta de privacidade, o risco de vida que se corre, para se temer uma mulher que simplesmente nos toca. É que no meio disto tudo existem as ameaças de morte, o risco de fazerem mal aos filhos, o rapto, a extorsão e chantagem, a difamação, as fotografias do tempo da carochinha em que se aparece de cuequinhas, os paparazzi a produzir imagens comprometedoras, o uso exploratório de imagens íntimas de um filme, as declarações dos “amigos da onça” e as invenções diárias. E se aquela mulher lhe espetasse uma seringa e o contaminasse com HIV? E se tivesse uma faca, uma garrafa com ácido, ou qualquer outra arma de agressão?

Sim, de facto, manter a distância é algo necessário. Ser celebridade é uma seca! É um horror! Abençoados aqueles que lá conseguem ter o seu público e serem admirados, mas ao mesmo tempo não lhes andam a tirar o retrato a toda a hora, e podem ir passear com os filhos na praia e andar de chinelo e bermudas, sem maquilhagem e despenteados!

Já me cruzei com pessoas conhecidas. Não lhes peço autógrafo, não lhes dirijo a palavra a menos que haja razão para isso. Sempre as vi como pessoas normais, que estão a passar por mim e que eu reconheço, mas não conheço.

Uma vez fazia um zapping quando parei numa cena de telenovela porque a presença e desempenho de um actor me chamou a atenção. A personagem diz umas poucas falas e continua com a cabeça enfiada no jornal. Disse para mim: “este é mesmo um bom actor!”. No dia seguinte, eis que me aparece à frente. Lá estava eu, com vontade de lhe dizer que admirei o seu desempenho ainda na véspera, mas por algum motivo não me pareceu adequado. Ao mesmo tempo penso: um actor quer ver o seu trabalho reconhecido. Mas a situação não se prestou a isso.

Entretanto, deu-se o fenómeno que é costume ocorrer. Assim que o actor se ausenta, os presentes começam a comentar uns com os outros quem esteve ali. Há quem sinta necessidade de dizer que atendeu esta e aquela “celebridade”. Seja ela actor, cantor ou apresentador. Há quem passe anos a contar que serviu um hambúrguer do MacDonalds a uma actriz de tv, e há quem conte que é amiga da amiga daquela cantora que foi àquele programa, e quem diga que o vizinho daquele casal conhece os vizinhos de um certo apresentador. O que me leva também a me interrogar porquê as pessoas só se sentem fascinadas por quem aparece na Tv.

Em Portugal não existem celebridades como noutros locais e mesmo actores só são assediados de vez em vez, sendo que o fenómeno de assédio constante é recente. Foi produzido e trazido pelas adaptações portuguesas que se iniciaram com o exclusivo da Sic sobre os produtos da tv Globo e as principais responsáveis são as novelas infanto-juvenis importadas de modelos Brasileiros e Argentinos, como “Malhação”, “New-wave” e “Floribella”.

0 FEED-BACK -DEIXE OPINIÃO:

face

    © Blogger template by Emporium Digital 2008

Back to TOP