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quinta-feira, 4 de outubro de 2007

COMÉDIAS de Carlos Lombardi

A COMÉDIA DRAMÁTICA (recepção em Portugal)

Devo confessar que sou fã do estilo de Carlos Lombardi. As suas comédias estão repletas de drama, de novelos e novelos de emoção, que os bonzinhos escondem entre sorrisos, boa disposição e flirts, e os mauzinhos em mau-humor e frustração sexual. Há sempre muito choro e tristeza, no meio de tanto riso. Alguém é capaz de dizer os nomes de outras novelas de comédia que fazem constantemente chorar? Tanto ao que sei, no Brasil este autor foi sempre alvo de muitas críticas negativas e há sempre um punhado de actores a se queixarem das suas personagens. Pelo menos é essa a ideia que passa aqui em Portugal.

Mas para quem não conhece as novelas em que Carlos Lombardi participa como autor, eis a lista:

1) Guerra dos Sexos (83/84)
2) Vereda Tropical (84/85)
3) Bebé a Bordo (88/89)
4) Perigosas Peruas (1992)
5) Quatro por Quatro (1994)
6) Vira Lata (1996)
7) Uga-Uga (2000/2001)
8) 5º dos Infernos
9) Kubanacan (2003)
10) Bang-Bang (2005/6)
11) Pé na Jaca (2007)

VAMOS A ELAS! (ás novelas e como foram recebidas em Portugal)

Nem sei por onde começar… há nestas novelas tantas personagens memoráveis e actuações sublimes! É que não é fácil fazer comédia. Devo dizer que muitas vezes um actor mostra “tudo o que tem” ao encarar uma personagem destas.

Vou começar por aquele que foi apontado como o primeiro claro insucesso: Vira-Lata.
Em Portugal, a novela fez sucesso. Não um sucessozinho, mas sucesso ao ponto de ser mudada de horário três vezes, para conduzir a audiência que estava a receber, para os horários onde a queriam. (não é de admirar pois, levados pela recepção que a novela teve no Brasil, os responsáveis pela programação adiaram a exibição da novela e decidiram “atirá-la” para os fins-de-semana sem olhar para o produto que tinham em mãos). Assim sendo, acabou por ficar como uma novela da hora de almoço.

Já aqui falei do preconceito de que a novela brasileira sempre foi alvo em Portugal. Apesar da popularidade que alcançavam, não “ficava bem” admitir que se via tal produto em televisão. É preciso entender onde estava Portugal nessa altura. O país tinha ainda muita estrada para percorrer. A maioria da população habituara-se a ter apenas um canal de televisão. Haviam dois, públicos. Mas sem se entender bem porquê, a maioria não sintonizava o segundo. Pouquíssimas pessoas tinham acesso a canais estrangeiros através da parabólica. Os canais privados tinham por estas razões, tudo para dar certo. O que acabou por acontecer. E aos poucos, as mudanças fizeram-se sentir. Subitamente, os televisores tinham de estar equipados com comando remoto, pois já fazia falta! No entanto, em muitos locais e por alguns anos, apenas por uma questão de hábito, as pessoas continuavam a dizer que só viam o mesmo canal de sempre. Mas não era verdade. O primeiro canal generalista privado (SIC) foi à TV Globo buscar inspiração e formação técnica ( a Globo era accionista do canal e Hans Donner responsável pela imagem e logotipo) e conseguiu, em pouco tempo, ter o exclusivo sob as novelas e produtos da Globo (o uso que lhe deram veio a ser um erro). E era aqui, apenas quatro anos após a chegada do primeiro canal privado a Portugal, que se situava VIRA-LATA.

Sob este preconceito e enquadramento social, muitos continuavam a dizer que não viam nem gostavam de telenovelas (as portuguesas começaram a sair do estágio embrionário um punhado de anos após a chegada das televisões privadas). Comecei a entender que a novela agradava não só a mim, mas a outras pessoas também, que escreviam para as revistas a fazer perguntas e a criticar as mudanças de horário. Nunca hei de esquecer que vivia na altura com uma pessoa um tanto snob, daquelas que dizia não ver novelas. Mas assistiu comigo todos os episódios, e surpreendia-a muitas vezes, completamente envolvida, a ver a novela na minha ausência. Também fazia muitas perguntas sobre as personagens e queria saber o que se tinha passado desde a última cena que vira. Quando o episódio era gravado e já tinha sido visto, voltava a pô-lo no ar para ela o poder ver. Outras pessoas conheci, que também só viam novelas “de vez em quando”. Calhava eu fazer uma visita a seguir ao almoço, e apanhava-as sempre a ver as três ou quatro novelas brasileiras que davam seguidas, das 13.00 até ás 16.00 ou 17.00 horas!

Não há como compreender o preconceito mas que sempre esteve presente, esteve. Todos as viam, pouquíssimos se sentiam há vontade para o admitir. Penso que tal se devia porque supostamente, só donas de casa deviam ver novelas e também porque eram consideradas um "produto menor", visto por pessoas simplórias ou ignorantes. Ninguém queria se associar a esta imagem. (parece absurdo, mas assim foi!) Mesmo quando já se dizia que a novela era um produto que alcançava todos os "escalões" sociais e agradava ás massas, nunca deixou de ser vítima de preconceito e ignorância.

Em Vira-Lata temos interpretações fantásticas. Déborah Secco tem um papel interessante como Maria-rapaz que acaba por despertar para a feminilidade. Maria Zilda fez-me rir muito. Mário Gomes, e claro, Nair Belo, soberba! Além de muitos outros, grandes e pequenas personagens. Carolina Dieckman começou a “cair-me no goto”, pois até então pela televisão parecia ter um ar arrogante, mesmo aquando se estreou em Tropicaliente. Contudo, penso que foi com “Vira-Lata”, novela onde a sua personagem acabou por tomar muita importância na trama, que teve a oportunidade de se mostrar mais como actriz.

O rol de interpretações a mencionar é interminável. Compreendo porquê são as novelas de Lombardi alvo de muitas críticas depreciativas. Muitos têm dificuldade em agarrar a trama e o drama das personagens por entre tantas histórias e situações, onde a exposição do físico e as situações de cariz sexual parecem estar em exagero. Mas é um estilo. Como todos, sujeito a desgaste e devo confessar que as últimas tramas desde Uga-Uga, já não tiveram em mim qualquer capacidade de agarrar o meu interesse. Mas também, quase todas as novelas globais deixaram de ter esse poder por essa altura. Muito do mesmo?

Quinto dos Infernos foi outra mini-série que recebeu más críticas e demorou (muito) a estrear em Portugal. Quando finalmente estreou, foi um sucesso.

Não digo que da parte de historiadores não tenha afligido sensibilidades mas no geral, o povo português não se sentiu ofendido (como li algures) ou prejudicado pelo retrato das personagens. Ao invés disso, divertiu-se. É preciso saber que, tal como Bang-Bang, esta mini-série foi para o ar a horas tardíssimas, começando muitas vezes depois da meia-noite, ás vezes, uma e meia da manhã. Mas este sempre foi um horário com público, que gosta deste estilo de comédia. A começar há 1 da manhã ou ás 3 (acontece com mais frequência) as séries brasileiras, tais como “Na rede de Intrigas” receberam sempre a atenção de algum público e de alguma crítica.

De resto, as comédias dramáticas de Carlos Lombardi, como “Quatro por Quatro” fizeram sempre sucesso. Exibidas mais tarde em Portugal, Bebé a Bordo e Perigosas Peruas fizeram delícias. O humor já característico mas com uma direcção, cenários e iluminação menos “standard” (que o início do século trouxe a todos os produtos Globo), foi uma lufada de frescura. Maravilhosas interpretações, personagens e situações.

Ninguém esquece as “coelhadas” de Rei e Reizinho (Bebé a Bordo), nem o drama que estes viviam com o pai (brilhantemente interpretado por Sebastião Vasconcelos). Tony Ramos é um delicioso problemático, que tem cenas memoráveis com a família: a esposa Inês Galvão e o filho gorduchinho que só fazia comer. Carla Marins interpreta uma menina muito, mas muito estúpida, mas que afinal, não é tão burra assim e tem os seus sentimentos feridos pela indiferença dos pais. E Sílvia Bandeira, a mãe também “supostamente” burra, tem uma interpretação divinal. Enfim: um rol e rol de boas personagens e bons actores que, confortáveis ou não com as exigências dos papéis dramático/cómicos, contribuíram para momentos divertidos.

Em Perigosas Peruas a situação repete-se, embora as personagens sejam diferentes. Temos Nair Belo excelente no papel de mãe de Mário Gomes, o “galinha” Belo, casado com Vera Fisher mas com o antigo amor Sílvia Pheifer também debaixo de olho. E o dramalhão desta não poder ter mais filhos, após lhe morrer a filha que esperava de “Belo”. A surpresa é que, afinal, a filha nunca morreu e Belo é o responsável. Sempre um belo dramalhão no meio de comédia! Além de contar ainda com a história de uma família de mafiosos, e de um trio de polícias “gostosãos”, cada qual com os seus problemas pessoais além dos que enfrentam no emprego.

A terminar esta série de referências ás novelas de comédia/drama de Carlos Lombardi, o início, quando colaborou e foi co-autor de duas novelas de Sílvio de Abreu: Guerra dos Sexos e Vereda Tropical. Era uma criança quando estas passaram em Portugal, mas lembro bem delas, porque logo deixaram a sua marca. Rir é o melhor remédio e talvez por isso, a predilecção por comédias. Guerra dos Sexos foi um êxito de Sílvio de Abreu e foi muito bem recebida no ano de 1985, quando terminou em Portugal. “Vereda Tropical” foi também muito bem recebida, e até hoje é fácil lembrar aquele emblema do sol com a gaivota.

2 FEED-BACK -DEIXE OPINIÃO:

Anónimo 28 de setembro de 2010 às 21:36  

queria rever a novela completa de quatro por quatro. teria esse video?

Caco 27 de abril de 2012 às 21:33  

ESta novela nao teve sucesso em portugal.
Subsituiu historia de amor ao fim de semana a noite... mas com o fracasso passou para de manha de 2ª a 6ª. chegou a dar as 11 da manha... ora uma novela posta a esta hora nao pode estar a correr bem e isso e o sinal mais evidente.

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